As vendas reais do comércio varejista da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) cresceram 3,49% em abril, na comparação com março, aponta a Pesquisa Conjuntural do Comércio da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio/PR). Em relação a abril de 2002, houve queda de 8,57%. No acumulado do ano, a variação ainda é negativa (-6,14%). Porém, na medida em que a economia do País passa a apresentar indícios de melhor desempenho, as perspectivas continuam a ser de melhoras no desempenho do comércio da RMC, de acordo com a análise da Fecomércio/PR.
O ramo de combustíveis e lubrificantes (19,89%) foi o que mais aumentou as vendas no acumulado do ano, enquanto o pior desempenho coube ao vestuário (-28,85%). No comparativo mensal, a maior elevação ocorreu em calçados (25,00%) e a maior queda em supermercados (-5,7%). Em relação a abril de 2002, combustíveis e lubrificantes também lideram (19,73%) e vestuário ficou na lanterna (-37%).
As compras reais do comércio da RMC também tiveram decréscimo nos quatro primeiros meses de 2003: -5,45%. Em abril, houve expansão de 11,93% sobre março, porém retração de -8,91% na comparação com abril do ano passado. O nível de emprego do varejo teve redução em todos os indicadores: -3,79% em relação ao primeiro quadrimestre de 2002, -1,08% em abril sobre março e -3,54% em abril de 2003 sobre abril de 2002. Os setores que mais ampliaram os postos de trabalho em 2003 foram: cine-foto-som (13,41%) e farmácias e perfumarias (5,76%). A maior queda foi registrada em móveis, decoração e utilidades domésticas (-38,92%).
A folha de pagamentos também apresentou avanço em abril (5,02% em relação a março), reflexo principalmente da alta no rendimento nos setores de combustíveis e lubrificantes (14,22%) e farmácias e perfumarias (10,96%). Entretanto, a folha ainda apresenta queda nos comparativos com abril do ano passado (-3,72%) e no acumulado do quadrimestre (-8,29%).
Cenário
Na avaliação do Departamento Econômico da Fecomércio/PR, a aproximação do governo federal com os interesses empresariais pode se transformar em importante vetor para novos investimentos, aumento da oferta de bens e serviços, mais empregos e uma decorrente elevação na demanda agregada, que poderá favorecer as vendas do comércio. Porém as taxas de juros elevadas e a contração na renda do consumidor ainda não apresentam sinais de melhora que possam beneficiar o comércio, salientam os técnicos.