As vendas do comércio varejista paranaense aumentaram 11,40% em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento superou o índice nacional que foi de 10,01%. Com exceção de Roraima – onde houve queda de 8,24% -, o volume de vendas cresceu em todos os estados. O crescimento local aconteceu pelo sétimo mês consecutivo.
No Paraná, as vendas do comércio varejista acumulam alta de 11,29% no ano, contra a média nacional de 8,48%. No acumulado dos 12 meses, o Estado também apresenta melhor desempenho: 5,22% contra a média de 1,80%.
Em relação a outros estados, o Paraná ocupou em maio posição intermediária, com o 16.º maior crescimento em vendas. A maior alta foi no Amazonas (29,56%). Apresentou, por outro lado, o quinto maior impacto sobre o volume de vendas global, atrás de estados como São Paulo e Rio de Janeiro. Em relação à receita nominal, o Paraná teve crescimento de 10,88% contra o desempenho nacional de 10,27%.
Para o técnico da área de comércio e serviços do IBGE, Nilo Lopes de Macedo, no caso específico do Paraná, o bom desempenho nas vendas se deve sobretudo à agroindústria, que injetou mais dinheiro no comércio. Já no âmbito nacional, aponta ele, “há um cenário melhor do que um ano atrás, com aumento de contratação de mão-de-obra em diversos setores, aumento da produção industrial, além de dólar, inflação e taxas de juros estáveis”. “A expectativa é de um futuro muito positivo”, afirmou.
Setores
Entre os setores que mais expandiram no mês no Estado, destaque para os móveis e eletrodomésticos, que cresceram 33,49%. Em seguida vem o setor tecidos, vestuário e calçados (28,12%) – sobretudo por conta do frio antecipado e o Dia das Mães – e veículos, motos, partes e peças (24,65%). Os menores crescimentos ficaram por conta de super e hipermercados (10,74%) e combustíveis e lubrificantes (5,42%).
Tendência
A tendência é de que as vendas no comércio varejista do país continuem crescendo nos próximos meses. A avaliação é do técnico da área de comércio e serviços do IBGE, Nilo Macedo. Ele ressalta, porém, que o ritmo de crescimento deverá ser mais moderado. De março a maio, as taxas mensais de crescimento das vendas superaram os 10%.
“Certamente a taxa [de crescimento] foi impulsionada pela base fraca de comparação. Se não fosse essa base reprimida as vendas não teriam crescido a um ritmo tão forte”, disse ele.
No ano passado, primeiro ano do governo Lula, a economia do país ficou estagnada. O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro teve retração de 0,2% em 2003. A previsão para 2004 é de crescimento superior a 3,5%. No primeiro trimestre deste ano, a economia do país cresceu 2,7% em relação ao mesmo período de 2003 e 1,6% na comparação com o último trimestre do ano passado.
“A economia, depois que entra em processo de recuperação, tende a dar frutos. Tudo indica que as vendas no comércio continuarão crescendo, embora a taxas menores.”
Demanda
De acordo com o técnico do IBGE, já é possível observar também uma melhora na demanda interna, principalmente nos setores atrelados ao crédito, como de móveis e eletrodomésticos, que registrou expansão de 35,58% nas vendas em maio, na comparação com o mesmo mês de 2003.
Já nos segmentos que dependem de renda, ou seja, pagamento à vista, o desempenho continua mais fraco. É o caso, por exemplo, de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que cresceu, mas em patamar correspondente à metade do índice geral. Neste grupo, as vendas aumentaram 5,17%.
A possibilidade de um inverno mais rigoroso impulsionou também o comércio de tecidos, vestuário e calçados. Em maio, as vendas do setor aumentaram 22,47%, após retração de 0,16% em abril.