Rio de Janeiro – As vendas do comércio varejista avançaram 0,7% no mês de agosto em relação a julho, completando oito meses consecutivos de crescimento. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a alta nas vendas do varejo foi de quase 9,9%, o melhor resultado alcançado pelo setor para o mês de agosto desde 2001. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com Nilo Lopes, da Coordenação de Comércio e Serviços do IBGE, o setor vem mantendo o ritmo de crescimento, em função das condições favoráveis da economia, como a estabilidade da inflação, políticas favoráveis de salário, aumento do emprego, juros menores e ampliação dos prazos de financiamento.
Lopes disse que a estabilidade política e econômica do país dá, além de condições favoráveis para o consumo imediato, segurança ao consumidor para as compras a longo prazo. Segundo ele, existem consumidores como o que tem boa situação em termos de salário e emprego, e também o atendido pela política social do governo, como os beneficiários do Bolsa Família, que está impulsionando setores básicos como vestuário, alimentos e farmácia.
"Outro tipo de consumidor é o que, além de estar em condições mais favoráveis de renda, pode estar com uma expectativa de manutenção de emprego e de renda. Ele acaba comprando um bem durável, um automóvel, por exemplo, para pagar em um certo tempo, comprometendo sua renda, em função de que vislumbra uma estabilidade política e econômica do país?, acrescentou Lopes.
Segundo o levantamento do IBGE, em comparação com o mesmo período do ano passado, todos os segmentos do comércio tiveram aumento nas vendas em agosto. As altas mais significativas ocorreram nas vendas de hipermercados e supermercados, alimentação e bebidas (6,4%); móveis e eletrodomésticos (16,8%) e artigos farmacêuticos, médicos e ortopédicos (19,5%).
Lopes disse que as vendas do Dias dos Pais também contribuíram para o avanço do comércio, pois foram melhores neste ano do que em 2006.
Embora com menor peso na taxa global de crescimento do varejo, a atividade ligada a equipamento e material para escritório, informática e comunicação foi a que teve melhor desempenho, com aumento de 34% no volume comercializado. O comércio de veículos, motos e peças, que faz parte do varejo ampliado, por incluir vendas em grande quantidade, teve também expansão de 25,8%.
De julho para agosto deste ano, somente o segmento de hipermercados e supermercados, alimentação e bebidas apresentou queda nas vendas (0,5%). De acordo com o IBGE, a queda foi por causa da alta dos preços dos alimentos, que nos últimos três meses chegou a 5%, ficando acima da média da inflação. ?Enquanto o comércio como um todo está crescendo, os supermercados estabilizaram nos últimos meses?, afirmou Lopes.
De janeiro agosto deste ano, o comércio acumula alta de 9,9% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado.
