As vendas de veículos no mercado interno atingiram 183,6 mil unidades em dezembro, 15,9% mais que em novembro, informou ontem a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Na comparação com dezembro de 2004, o crescimento foi de 3,2%. O número de veículos licenciados em 2005 chegou a 1,715 milhão, número 8,6% superior ao de 2004.
O presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb, disse que o resultado de dezembro é recorde para o mês e também o melhor desempenho mensal de 2005. "Foi um mês excepcional e vamos entrar em 2006 num ritmo de retomada no crescimento", observou. "Isso se deve à enorme competição entre as montadoras, que fizeram feirões e promoveram descontos."
A expectativa da Anfavea é de que seja comercializado 1 84 milhão de veículos no País este ano, o que representa 7% mais que em 2005. O dirigente declarou que os números de produção e exportação relativos a dezembro serão divulgados no dia 11. O atraso se deve às férias coletivas das montadoras.
Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que representa as concessionárias de veículos, a líder de vendas de automóveis e comerciais leves em 2005 foi a Fiat, com 24,98% do mercado. A General Motors (GM) ficou em segundo, com 22,54%. A Volkswagen manteve o terceiro lugar (21,63%). A Ford veio em seguida, com 12,13%.
Na faixa dos 3% de mercado, a briga foi acirrada, com ligeira vantagem para a Toyota, que se tornou a quinta maior vendedora de carros e comerciais leves do País, com fatia de 3 75%. A Honda teve 3,52%, seguida por Peugeot (3,29%). A Renault, que em 2004 ocupava a quinta posição, caiu para a oitava, com 2 92%. No mercado de caminhões, a líder foi a Mercedes-Benz (da DaimlerChrysler), com 31,06%, ultrapassando por pouco a Volkswagen (29,43%).
Caminhões
A Anfavea informou também que as vendas de caminhões no mercado interno atingiram 80,2 mil unidades em 2005 3,3% a menos que no ano anterior. Em dezembro, foram comercializados 6,6 mil caminhões, 9% mais que em novembro. Na comparação com dezembro de 2004, houve queda de 16%.
Para o presidente da Anfavea, a desaceleração na indústria de caminhões preocupa porque que se trata de um bem de capital. Este ano, Golfarb acredita que a tendência de redução dos juros possa ter impacto positivo na venda de veículos pesados, financiados pelo Finame, que tem a TJLP como base.
No entanto, a entrada na nova legislação ambiental para motores de caminhão (Euro 3) pode encarecer os veículos e desencorajar investimentos na renovação da frota. Para Golfarb, o PIB cresce em torno de 3% este ano.
Flex
A Anfavea informou que a participação dos veículos com motor flexível (flex), movidos a álcool e gasolina, atingiu número recorde de 71% das vendas em dezembro, ante 70,9% em novembro. A fatia de mercado dos veículos a gasolina foi de 24% (23,9% em novembro). O dirigente da entidade, Rogelio Golfarb, afirmou que as vendas dos modelos bicombustíveis ajudaram no desempenho do mercado interno em dezembro.