Superando as projeções mais otimistas, as vendas de Natal em Curitiba e Região Metropolitana cresceram 8,87% em relação ao ano passado, conforme dados divulgados pela Associação Comercial do Paraná (ACP). Segundo a entidade – que estimava alta de 5% a 6% -, foram realizadas 107.366 consultas ao SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) e Videocheque entre os dias 19 e 24 de dezembro, contra 98.616 em igual período de 2002.

O levantamento da ACP não inclui as vendas à vista em dinheiro nem nos cartões de crédito e débito. Nos shoppings da capital, as vendas aumentaram até 15% em relação ao último Natal.
 
O vice-presidente de Serviços da ACP, Élcio Ribeiro, atribui o resultado positivo ao pagamento antecipado do décimo terceiro salário ao funcionalismo público estadual.

?Por causa do pagamento na segunda semana de dezembro – e não no dia 22 ou 23, como vinha ocorrendo – no dia 24 houve um bom movimento nas ruas, mas não aquela correria, porque as pessoas conseguiram antecipar as compras?, avalia, acrescentando que o pagamento da segunda parcela do décimo terceiro da iniciativa privada na sexta-feira (19) estimulou as compras no final de semana e evitou aglomeração na véspera do Natal.

Para Ribeiro, a antecipação do décimo terceiro aos funcionários públicos foi uma atitude inteligente do governo do Estado. ?O que foi vendido agora retorna para o Estado na arrecadação de ICMS em janeiro?. De acordo com a ACP, o valor médio por presente foi de R$ 40. Os produtos mais procurados foram confecções, calçados e celulares.

No País, segundo levantamento da Serasa, as vendas do comércio aumentaram 17% no sete dias que antecederam o Natal, comparado ao mesmo período do ano passado. A Serasa apontou incrementos de 17,2% nas vendas à vista e de 24,2% nas transações a prazo na semana de 18 a 24 de novembro. O assessor econômico da Serasa, Carlos Henrique de Almeida, destacou que dezembro de 2002, incluindo o Natal, é uma base fraca, o que torna representativa qualquer variação registrada pelo comércio no mesmo período de 2003. Na comparação com 2000, o último grande ano de crescimento da economia brasileira, a semana do Natal de 2003 apresentou incremento de 2,5%.

Na avaliação de Almeida, o consumidor se sentiu mais confiante neste Natal para assumir novas dívidas e respondeu aos apelos de marketing do varejo, promoções e facilidades de crédito, com prazos de pagamento mais longos apesar do desemprego ainda elevado, da queda da renda e dos altos juros.

Shoppings

Com pagamentos facilitados e promoções para atrair os compradores, os shoppings curitibanos atingiram suas expectativas. No Shopping Curitiba, as vendas foram 15% superiores às do Natal passado, informou o gerente geral Carlos Torres. ?Atingimos nossa expectativa de ficar acima da inflação. Se descontarmos a inflação, tivemos um aumento real de 1 a 2%?, comentou.

O público do Curitiba teve incremento de 16% em relação ao ano passado, com média de 50 mil pessoas por dia. Mesmo com mais gente circulando, Torres ressalta que o Natal foi de presentes baratos. ?Houve uma grande procura por celular, livros, CDs, moda (que sempre é um bom presente, mas nada sofisticado), mas também houve boas vendas de eletrodomésticos, principalmente DVDs?, relata.

O gerente do shopping credita a expansão nas vendas à retomada da confiança da população na economia neste final de ano. ?Quando as notícias começam a ser boas, de queda de inflação, redução de juros e expectativa de crescimento, todos começam a se sentir mais seguros com relação a emprego e salários. Isso reflete no consumo e começa a girar a roda?, diz Torres.

No Shopping Crystal, o fluxo de pessoas de primeiro a 24 de dezembro foi 13% maior que no ano passado, com média de 20 mil pessoas/dia. O faturamento ficou pelo menos 10% acima de dezembro de 2002, de acordo com a gerente de marketing, Lylian Vargas. A projeção inicial do Crystal era expandir as vendas em 5%. ?O décimo terceiro antecipado ajudou muito, porque as pessoas puderam fazer as compras com mais tranqüilidade. Outro fator importante é que as grandes marcas mantiveram os preços e ofereceram parcelamentos de até oito vezes?, salientou.

Também contribuíram para o bom desempenho, segundo Lylian, o sorteio de uma Mercedes 180K, a decoração, as apresentações de corais e os lançamentos de filmes nos cinemas.

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