As vendas do varejo de materiais de construção em Curitiba e Região Metropolitana não refletiram, ainda, o crescimento nacional, acontecido no setor, nos últimos meses.
Enquanto os números da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), que representa 138 mil lojas do setor, indicam um crescimento, em julho, de 4% em relação a junho e 4,5% em relação a julho de 2008, as lojas locais, apesar de ainda não terem os números do mês passado, ainda experimentam queda nas vendas, durante o ano.
“Não estamos tão otimistas assim”, afirma o presidente da Associação dos Comerciantes de Material de Construção de Grande Curitiba (Acomac), Ademir Kurten, ao comentar os números da Anamaco. “Em Curitiba, este ano, estamos piores que o mercado do resto do País. De janeiro a junho, vendemos 5% a menos que no ano passado”, informa. No acumulado do ano (janeiro a julho), as vendas do setor, no País, aumentaram 1,5%, na comparação com os resultados do mesmo período do ano passado.
Para Kurten, o desemprego na capital é um dos principais motivos da desaceleração. Ele conta que nem mesmo a recente redução nos preços de uma série de produtos do setor, causada pela isenção ou diminuição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre eles, foi suficiente para animar o consumo.
Até porque, explica ele, a redução de impostos leva mais tempo para surtir efeito no mercado que em outros segmentos, como os carros e a chamada linha branca. “Da decisão de construir até iniciar a construção, leva tempo”, ressalta.
Aumentos
Mesmo assim, Kurten espera que, no segundo semestre, as vendas melhorem, até pela recuperação da economia em geral. Mesmo com alguns aumentos já anunciados em matérias-primas, como o PVC (policloreto de vinila), que já está 7% mais caro e, até outubro, acumulará uma alta já programada de 20%.
Alumínio, cobre, zinco e níquel também já subiram no mercado externo, e devem ficar em torno de 20% a 23% mais caros até o fim do ano. Os aumentos, conforme Kurten, podem ser ainda maiores se o Governo Federal cortar as isenções e reduções do IPI.
A Anamaco também demonstra preocupação com os preços das matérias-primas. Hoje, o presidente da associação, Cláudio Elias Conz, participa da reunião do Grupo de Acompanhamento da Crise, criado pelo Governo Federal, e deverá abordar a questão dos aumentos.
“Os empresários estão trabalhando no limite e não vão conseguir segurar o repasse para os consumidores, causando um forte impacto em diversos setores”, declarou Conz, em comunicado da Anamaco.