As vendas industriais paranaenses registraram crescimento abaixo do esperado em março e o setor fechou o primeiro trimestre de 2012 com retração de -0,65% em relação ao mesmo período do ano passado. Para o coordenador do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Maurílio Schmitt, o resultado é mais um indicativo de que as vendas industriais do Estado este ano crescerão em ritmo mais lento do que em 2011.
Em março, a indústria paranaense teve aumento de 3,98% em suas vendas em relação a fevereiro. No mês, 16 dos 18 gêneros pesquisados tiveram resultado positivo, incluindo dois dos mais representativos para a indústria do Paraná: veículos automotores (+31,26%) e refino de petróleo e produção de álcool (+3,26%). Já o terceiro setor com maior peso relativo – alimentos e bebidas – teve queda de -6,80%, devido ao retorno ao nível normal de vendas após aumento de 41,62% em fevereiro.
Schmitt explica que, tradicionalmente, março é o mês em que começa o crescimento mais acentuado do setor, já que janeiro e fevereiro são períodos marcados por baixa atividade industrial. “Este ano, porém, o crescimento foi bem inferior ao registrado em 2011 e em 2010, quando as vendas de março aumentaram respectivamente 6,61% e 22,04%”, afirma o economista.
Assim, a indústria paranaense fechou o primeiro trimestre de 2012 com desempenho negativo de -0,65%. Além disso, a compra de insumos também teve queda de -0,44% no período. Já a utilização da capacidade instalada, apesar de ter subido um ponto percentual em março, situando-se em 77%, ainda está quatro pontos percentuais inferior à registrada no mesmo período de 2011.
“Esses resultados confirmam até o momento que a expansão industrial paranaense não deva ter a celeridade havida em 2011”, diz Schmitt. Segundo o economista, a indústria do Estado deve seguir com baixo índice de crescimento pelo menos no primeiro semestre. “Como o ano passado foi um período de bom desempenho para a indústria paranaense, este primeiro semestre deve se constituir em período de fraca performance, com a perspectiva de ser inferior à do primeiro semestre de 2011”, explica.
O economista acrescenta que fatores como o declínio da produção agrícola registrada no início de 2012 – que causa redução na renda interna – influenciam no resultado. Além disso, considera que ainda é cedo para medir a real eficácia das medidas de estímulo à indústria anunciadas pelo governo em abril e também da redução da taxa de juros.