A tendência de acomodação no ritmo de crescimento das vendas da indústria do Paraná, que deu seus primeiros sinais em abril, teve continuidade em maio. De acordo com a pesquisa mensal do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), as vendas industriais, em maio, apesar de terem aumentado 2,9% em relação abril, tiveram uma expansão de apenas 1,5% sobre maio de 2009.
O porcentual contrasta com o ritmo anual de 7% registrado em abril e março. Além disso, a expansão acumulada nos primeiros cinco meses do ano foi de 3,25%, abaixo dos 3,75% vistos até abril.
“Após os fortes aumentos das vendas industriais registrados em fevereiro, de 7,82%, e março, de 22,04%, e da queda sazonal em abril, de 7,95%, maio apresentou um crescimento modesto, de 2,91%, evidenciando a acomodação no nível de atividade industrial”, diz o economista Maurílio Schmitt, chefe do Departamento Econômico da Fiep. “Com isso, o desempenho da indústria ainda não foi suficiente para igualar os primeiros cinco meses de 2008, ficando ainda 4,97% abaixo do que foi visto naquele período.”
Apesar da redução no ritmo de crescimento, a indústria do Estado continuou a contratar e está produzindo com uma ocupação elevada da capacidade, o que demonstra otimismo com relação ao resto do ano.
O nível de emprego industrial teve um aumento de 1,1% em maio, na comparação com abril. Com isso, o setor está empregando uma força de trabalho 3,9% maior do que no mesmo período de 2009. O índice de emprego está no patamar mais alto desde julho de 2008, antes de a crise internacional derrubar a produção industrial.
A utilização da capacidade ficou em 81% em maio, índice historicamente elevado e quatro pontos porcentuais acima do registrado no ano passado. Com as fábricas mais ocupadas, as empresas estão acelerando investimentos.
“As vendas de máquinas e equipamentos estão 31,7% acima das registradas nos primeiros cinco meses de 2009”, observa Schmitt. “Também as importações paranaenses de bens de capital acumuladas nos cinco primeiros meses deste ano já superam as do mesmo período de 2009 e 2008. A recuperação da indústria está mobilizando recursos para investimentos.”
Setores
As vendas industriais cresceram em 16 dos 18 setores acompanhados pela pesquisa da Fiep. Somente os segmentos de combustíveis e de produtos de plástico e borracha tiveram vendas menores do que em abril.
A expansão mais expressiva em relação a abril foi no setor têxtil com alta de 37%, explicada pela sazonalidade na produção de seda no Estado. Puxado pela retomada dos investimentos, o setor de máquinas e equipamentos cresceu 23%, seguido pelos segmentos de produtos químicos (16,7%), móveis (14,7%) e equipamentos elétricos (13,4%).
Nos cinco primeiros meses do ano, apenas quatro setores registraram vendas inferiores a 2009: alimentos e bebidas (-5,15%), influenciado pelos preços das commodities agrícolas, edição e impressão (-24%), produtos químicos (-6%) e produtos de metal (-2%).
Até maio, o setor com o maior crescimento foi o de couros e calçados (67%), seguido pelas indústrias de metalurgia básica e borracha (ambas com alta de 38%), veículos e máquinas e materiais elétricos (com crescimento de 25%) quatro dos que mais foram afetados pela crise do início de 2009.
