Brasília (ABr) – Um crescimento ?bastante sólido?, porém ?moderado e nada tão intenso?. Essa é a expectativa para este ano de Flávio Castelo Branco, gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Industria (CNI). A base para sua previsão são os dados divulgados ontem pela própria CNI, em sua pesquisa Indicadores Industriais.
O levantamento da CNI, feito com cerca de 3.000 indústrias, aponta um aumento das vendas do setor de 4,55% entre maio deste ano e maio do ano passado. Comparadas com abril, as vendas de maio subiram 11%. Os outros três índices apurados pela pesquisa também apresentaram alta: pessoal ocupado, número de horas trabalhadas e nível de utilização da capacidade instalada da indústria.
Segundo Castelo Branco, a situação positiva dos quatro índices aponta que a economia brasileira deve continuar crescendo ao longo deste ano. ?É moderado, nada tão intenso, mas é um crescimento bastante sólido?, afirmou.
Castelo Branco considera que o consumo doméstico tem sido responsável pelo bom desempenho da indústria em 2006. Diferentemente do que ocorria em outras épocas, em que as exportações ditavam o ritmo da indústria. ?As famílias e o mercado de trabalho estão mais favoráveis, há ainda o aumento de renda e emprego. O papel das transferências sociais do governo, o aumento recente do salário mínimo elevaram o poder de compra de uma parcela que é importante para o consumo?, avaliou.
O aumento imediato do número de empregos na indústria é destacado pelo economista da CNI Paulo Mol. Segundo ele, com o crescimento das horas trabalhadas, o empresário costuma utilizar, primeiramente, a mão-de-obra que ele tem para produzir. ?O empresário só tende a contratar quando ele está confiante que o processo de crescimento é permanente?, explicou.
?O que observamos em 2006 é que o mercado de trabalho está respondendo prontamente ao aumento da atividade industrial. É um fenômeno novo. A indústria está crescendo e ao mesmo tempo o emprego está crescendo?, afirmou Paulo Mol. De acordo com o economista, a defasagem [entre o crescimento das horas trabalhadas e o aumento das contratações] que geralmente acontece, não está ocorrendo este ano.
?Isso é extremamente positivo. Mostra que a atividade está crescendo, o emprego está crescendo e na medida que o emprego cresce, ele acaba realimentando o processo de crescimento da atividade industrial. Porque com mais emprego aumenta a renda, tem mais demanda. Tendo mais demanda, a empresa começa a produzir mais e contrata mais?, argumentou.