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Foto: Agência Brasil

Paulo Mohl e Castelo Branco, da CNI: concentração.

Brasília – Os indicadores industriais de fevereiro, divulgados ontem pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), apontam para um crescimento moderado da atividade industrial no mês. As vendas reais cresceram 0,2% em termos dessazonalizados, na comparação com janeiro, enquanto as horas trabalhadas na produção subiram 1,4% em igual período de comparação.

A utilização da capacidade instalada passou de 81,3%, em janeiro, para 81,7%, em fevereiro. A capacidade instalada, em fevereiro de 2006, era de 80,4%. No mercado de trabalho, no entanto, houve uma estabilidade no emprego industrial, interrompendo-se uma seqüência de crescimento de 14 meses.

Na comparação com fevereiro do ano passado, as vendas reais subiram 4,9%, e as horas trabalhadas na produção, 2,8%. O número de empregos na indústria aumentou 3,3% em fevereiro de 2007, ante fevereiro de 2006, e as remunerações pagas pela indústria tiveram uma melhora de 6,4%, também na comparação com fevereiro do ano passado.

Concentração

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Para o economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria(CNI), Flávio Castelo Branco, os indicadores industriais de 2007 mostram a concentração em poucos setores dos resultados positivos da indústria. Segundo ele, a heterogeneidade do crescimento industrial já foi uma característica forte em 2006, mas havia uma perspectiva de que o crescimento da indústria fosse estendido a todos os setores.

Na sua avaliação, a intensificação da valorização do real nos últimos dias pode acentuar essa diferença em 2007. No primeiro bimestre de 2007, as vendas indústrias cresceram 4,9%, mas 80% dessa expansão foram puxados pelos setores de produtos químicos, refino de petróleo e álcool, alimentos e bebidas e máquinas e equipamentos.

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O mesmo fenômeno de concentração em setores é verificado no mercado de trabalho. O emprego industrial cresceu 3,4% no primeiro bimestre, mas o setor de alimentos e bebidas foi responsável por 66% desse crescimento, enquanto madeira, têxteis e vestuário demitiram neste período.

Lula deveria compreender entidades empresariais

Brasília (AE) – O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria compreender que entidades empresariais dão voz ao conjunto das empresas brasileiras e que nem todas estão indo tão bem. A colocação de Monteiro Neto foi uma resposta às críticas feitas pelo presidente Lula em São Paulo, na segunda-feira à noite, quando afirmou que empresários que o procuram isoladamente dizem que os negócios vão bem, mas quando estão em grupos, fazem um discurso radicalmente contrário.

?Acho que o presidente deveria compreender que é natural que entidades possam vocalizar os interesses do conjunto do setor empresarial e não de empresas isoladamente.? Monteiro Neto afirmou que há setores empresariais que, ?inquestionavelmente?, vão bem. ?Há grandes empresas que têm tido resultados impressionantes do ponto de vista de retorno e de lucro. O mercado de capitais vive também um bom momento no Brasil, basta ver a quantidade de lançamentos de ações que estão ocorrendo?, destacou.

CPMF

Armando Monteiro Neto defendeu a redução gradual da alíquota da CPMF (de 0,38%), com a sua transformação, no futuro, para apenas um Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Monteiro Neto classificou a CPMF de um ?mau imposto?.

?Ele é assim por suas características negativas de cumulatividade e elevação dos custos de produção, mas reconhecemos a sua importância neste momento para o fechamento das contas públicas?, disse.

O presidente da CNI lamentou a demora na condução de reformas estruturais que, na sua opinião, são fundamentais para a estabilização da economia e maior crescimento econômico.