Vendas cresceram 3,15% no comércio do Paraná

As vendas reais do comércio varejista paranaense cresceram 3,15% em julho -comparadas ao mesmo mês do ano passado, ficando acima do aumento de 1,82% em nível nacional apontado pela Pesquisa Mensal de Comércio (PME) do IBGE, divulgada ontem. De acordo com o levantamento, o Paraná foi o quarto estado com maior influência positiva no índice nacional de volume de vendas, atrás de Rio de Janeiro (3,06%), São Paulo (0,71%) e Minas Gerais (2,75%). Em julho, houve expansão nas vendas do varejo em 21 das 27 unidades da federação.

No acumulado do ano, entretanto, o comércio paranaense apresenta queda de 2,17% em relação aos sete primeiros meses de 2001, enquanto o indicador nacional caiu 0,46%. Nos últimos 12 meses, as vendas reais caíram 1,01% no Brasil e 1,79% no Paraná. Já a receita de vendas (faturamento bruto não deflacionado) está com desempenho positivo em todos os indicadores: no País, 8,18% na comparação com julho de 2001, 5,61% no acumulado no ano, e 4,98% nos últimos 12 meses. No Paraná, houve elevação de 8,96% em julho, 3,36% em 2002 e 4,40 nos últimos 12 meses.

Os seis estados com resultados negativos em julho foram Mato Grosso (-3,95%); Mato Grosso do Sul (-3,01%); Alagoas (-2,90%); Acre (-2,50%); Distrito Federal (-0,86%) e Rio Grande do Sul (-0,74%).

Setores

O resultado favorável do comércio paranaense em julho foi impactado principalmente pelo segmento de “combustíveis e lubrificantes”. A alta de 25,55% foi a maior do País, acima do Rio de Janeiro (17,28%), Santa Catarina (14,52%) e Ceará (10,53%) e da média nacional (6,95%). A venda de combustíveis no Paraná teve expansão de 13,39% no ano e de 11,75% nos 12 meses, ao passo que o crescimento nacional foi, respectivamente, de 3,88% e 2,88%. Os pesquisadores do IBGE atribuem o crescimento em combustíveis à política. “Com a campanha, existem muitos carros circulando para propaganda e deslocamentos dos candidatos”, cita Nilo Lopes de Macedo, técnico da PME.

Outro segmento com variação positiva no Paraná foi “demais artigos de uso pessoal e doméstico” (1,35%), que mesmo assim, registra quedas no ano (-0,01%) e nos 12 meses (-1,49%). O gênero “Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo”, com ampliação de 0,07% no País, teve retração de 2,93% no Estado, totalizando reduções de 6,46% em 2002 e 5,08% no acumulado de 12 meses.

Em “tecidos, vestuários e calçados”, o varejo do Paraná não acompanhou a alta de 5,71% do País, registrando diminuição de 5,87% em julho. O ramo de “móveis e eletrodomésticos” também caiu mais (-2,01%) no Estado do que no Brasil (-0,32%). Isoladamente, o ramo “hipermercados e supermercados” apresentou aumento nacional de 0,62%, mas recuou 2,51% no Paraná em julho. Já a venda de automóveis continuou em queda no mês da pesquisa, com variações de -18,36% no Estado e -19,90% no País.

Sem perspectivas

Na análise dos economistas do IBGE, a alta das vendas em julho não sinaliza recuperação para o setor. “O quadro está muito ruim, porque não temos nenhuma mudança do cenário econômico. Nesse período de transição política, não há novos projetos e o empresário não está norteado por nenhuma perspectiva de investimentos”, considera Macedo. “Nesse período mínimo de oito meses, a situação vai rolar mais no feeling do empresário sobre o consumidor”.

O resultado dessas indefinições, comenta o técnico do IBGE, é que o comércio cresce por situações fortuitas (período eleitoral, no caso dos combustíveis) e beneficiado pelo pagamento das diferenças do FGTS. “Esse recurso atinge primeiro a classe de menor poder aquisitivo e evita que o comércio caia um pouco mais. Por outro lado, continua um quadro de dificuldades: juro elevado, dólar subindo muito, desemprego aumentando, renda caindo e indústria estagnada”, ressalta.

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