O comércio varejista brasileiro registrou em julho o oitavo mês seguido de queda nas vendas, com um resultado negativo de 4,36% na comparação com o mesmo período do ano passado. Desde o início do ano, o varejo acumula uma queda de 5,42% nas vendas (3,47% nos últimos 12 meses). Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o resultado de julho mostra, entretanto, que a situação está um pouco melhor do que a registrada no início deste ano.
Embora esteja no vermelho, o ritmo de queda nas vendas vem diminuindo desde maio, quando o comércio teve um resultado negativo de 6,27%. Em junho, a queda já havia sido menor, de 5,59%. Mas para melhorar as vendas, o comércio está sendo obrigado a faturar menos. Entre maio e julho, a receita dos varejistas cresceu num ritmo menor, apesar do setor ter vendido mais.
O faturamento do comércio, que estava 15,25% acima do registrado no ano passado em maio, está agora com um crescimento de 14,14%. No acumulado em 2003, a variação é de 15,04% sobre o mesmo período de 2002 (12,6% nos últimos 12 meses).
Supermercados e automóveis
Esse foi o quinto mês consecutivo em que houve queda generalizada, em todas as atividades pesquisadas pelo IBGE. O setor que mais contribuiu para a queda foi mais uma vez o de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-5,46%). Em seguida, vieram artigos de uso pessoal e doméstico (-3,83%); tecidos, vestuário e calçados (-6,20%); combustíveis e lubrificantes (-2,43%); e móveis e eletrodomésticos (-1,01%).
O setor automotivo (veículos, motos, partes e peças), que tem um peso menor no índice, registrou a maior queda nominal, de 10,9%. Segundo o IBGE, “a recuperação das vendas de automóveis necessariamente requer, além de melhores condições de financiamento, uma conjuntura mais favorável de emprego e renda.”
Os cinco Estados com crescimento no volume de vendas foram Rondônia (5,05%); Mato Grosso do Sul (3,14%); Goiás (2,47%); Amapá (2,24%); e Paraná (0,54%).
Curitiba e Londrina revertem tendência
A metodologia e o mês de comparação são diferentes, o campo de pesquisa também, mas a Federação do Comércio do Paraná constatou reação do comércio de Curitiba e Região Metropolitana, em julho. Na capital e nos 26 municípios que compõem a Região Metropolitana, tanto compras quanto vendas cresceram, invertendo um gráfico que se mostrava negativo nos últimos meses. “Essa inversão vem confirmar as expectativas positivas que se tinha para o segundo semestre” disse o presidente da Federação do Comércio do Paraná, Rubens Brustolin, ao tomar conhecimento dos números.
As vendas cresceram 8,86% e as compras 16,15% no mês de julho comparadas ao mês anterior, junho. “O crescimento elevado nas compras pode indicar esgotamento dos estoques do varejo ou a expectativa de crescimento das vendas”, acentua Vamberto Santana, economista consultor da Fecomércio do Paraná para as questões econômicas.
Londrina
O comércio varejista da cidade de Londrina continuou a apresentar, no mês de julho, o desempenho satisfatório que já vinha ocorrendo no primeiro semestre, principalmente se comparado ao ocorrido em outras regiões do país. Os dados obtidos de pesquisa da Fecomércio/PR, demonstram crescimento de compras e vendas do setor no que se refere a acumulado do ano e em relação ao mês anterior. As vendas cresceram 5,9% em julho; as compras, 1,91% a mais que o mesmo período acumulado (janeiro a julho).
“Dentre os fatores responsáveis pelo bom resultado do comércio de Londrina está o excelente desempenho das safras agrícolas no primeiro semestre, gerando um efeito multiplicador sobre os demais ramos da economia do município e da região, tendo importante participação no aquecimento da atividade econômica”, disse o presidente da Fecomércio, Rubens Brustolin.