O bom desempenho das vendas do comércio varejista no primeiro semestre deste ano refletiu o “bom momento da economia brasileira”, avaliou hoje o técnico da coordenação de comércio e serviços do IBGE, Reinaldo Pereira. Entre as “variáveis macroeconômicas” que têm estimulado o varejo, ele citou o aumento da renda média dos trabalhadores, a estabilidade no emprego e, sobretudo, a oferta de crédito.
As vendas do varejo subiram 10,6% no primeiro semestre deste ano ante igual período do ano passado, a maior alta semestral apurada pelo IBGE desde o início da pesquisa mensal de comércio, em 2001.
Atividades
Entre as atividades pesquisadas, os maiores aumentos no primeiro semestre de 2008 foram apurados em equipamentos para escritório, informática e comunicação (30,9%); veículos e motos, partes e peças (22,3%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (21,5%) e móveis e eletrodomésticos (18,5%).
Setores
A atividade de móveis e eletrodomésticos teve a maior participação (2,5 pontos porcentuais, com aumento nas vendas de 16,1%) na alta de 8,2% nas vendas do comércio varejista em junho ante igual mês do ano passado.
Normalmente, pelo peso significativo, é o grupo de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo que tem maior participação na pesquisa. Mas, em junho, a fatia dessa atividade no total da expansão varejista foi de apenas 0,7 ponto porcentual, já que o aumento nas vendas foi de somente 1,5%.
As vendas do segmento de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que pareciam imunes à alta inflacionária até maio, sofreram impacto dos reajustes dos preços dos alimentos em junho, destacou o técnico da coordenação de serviços e comércio do IBGE. Em junho, as vendas dessa atividade cresceram apenas 0,4% ante maio – abaixo da média do varejo de 1,3% – e aumentaram somente 1,5% ante igual mês do ano passado, ante uma média de 8,2% do comércio em geral.
Com os fracos resultados de junho, as vendas desse segmento no primeiro semestre cresceram 5,9%, também abaixo da média, 10,6%. “Em junho, como não houve influências de calendário ou datas comemorativas, acreditamos que estejamos conseguindo ver com mais nitidez a influência da inflação nos produtos alimentícios. O resultado bem abaixo da média dessa atividade pode ter sido influenciado pelos alimentos”, disse.
Acima dos hiper e supermercados, além dos móveis e eletrodomésticos, ficaram os combustíveis e lubrificantes (1,3 ponto porcentual, com expansão de 12,8%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (incluindo lojas de departamento), com influência de 1,5 ponto porcentual e aumento de 19,3% em junho ante igual mês do ano passado.