As vendas do varejo de materiais de construção acumulam crescimento real, descontada a inflação medida pelo INCC, de 6% entre janeiro e setembro na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), em relação a setembro do ano passado, as vendas reais avançaram 2,5% e comparadas ao mês de agosto deste ano subiram 1,5%. A recente valorização do dólar deverá afetar os preços finais dos produtos a partir de novembro, segundo o presidente da Anamaco, Cláudio Conz.

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“Tudo indica que teremos um crescimento (real) superior a 6% este ano, o que para nós é extremamente positivo, sobretudo em uma época de piora nos mercados internacionais”, afirmou Conz à Agência Estado. Segundo ele, as vendas de setembro e outubro devem se caracterizar pelo movimento de antecipação, por parte dos consumidores, das compras no varejo de materiais de construção. Isso porque a recente valorização do dólar e o aumento na alíquota do Imposto de Importação de porcelanato (de 12% para 35%) vão elevar os preços finais aos consumidores, assim que os estoques no varejo forem recompostos.

“Estimamos que haja estoque (no varejo) para ofertar até o final do ano. A recomposição pelas redes pode variar de dois a quatro meses”, disse. A Anamaco projeta um aumento médio de 6,5% nos preços de produtos com componentes importados, sendo que em alguns casos o reajuste poderá chegar a 8%, como em porcelanatos e metais. Entre os principais produtos vendidos no varejo de material de construção sensíveis à variação cambial estão os plásticos, usados em tubos e conexões, e as tintas, que contam com parte de matéria-prima importada.

Segundo Conz, os aumentos nos preços deverão trazer um impacto, inicialmente, para o volume das vendas. Ele ressalta, porém, que outros fatores como o crescimento da renda e os reajustes salariais programados para uma série de categorias de trabalhadores até o final do ano devem compensar os efeitos negativos dessa elevação sobre as vendas.

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O executivo ressaltou que a alta dos preços deverá atingir principalmente os consumidores que estão na fase de acabamento das obras, quando se utilizam mais produtos com componentes importados. Já os clientes que começam neste momento a reforma, ampliação ou construção da residência devem sentir menos o impacto dos reajustes, porque os principais produtos empregados nessa fase da obra, como cimento e tijolo, não contam de forma relevante com insumos importados.

Categorias

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Em setembro, em relação a agosto, das dez categorias de produtos pesquisadas pela Anamaco, as vendas de cimento, cerâmica, tubos de PVC e interruptores, plugues e tomadas apresentaram estabilidade. Já as demais categorias registraram aumento no faturamento: telhas e caixas de fibrocimento (+6%), argamassa (+3,6%), metais (+3,3%), tintas (+3,1%), cal (+2,4%) e aço (+1%).

Para o mês de outubro, 67% dos comerciantes consultados pela Anamaco estão otimistas em relação às vendas. Sobre 2012, o dirigente antecipou que as vendas reais devem, ao menos, repetir o crescimento porcentual deste ano, registrando um incremento de 6%. “Teremos o aumento do salário mínimo, a aceleração do Minha Casa, Minha Vida e de obras, tudo isso em um ano eleitoral.”

O faturamento das lojas do varejo de materiais de construção deverá somar entre R$ 52 bilhões e 53 bilhões este ano. Do total produzido pela indústria de materiais de construção, 77% são destinados ao varejo. O restante segue para as construtoras.