O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, disse hoje que a desvalorização do dólar deverá elevar a participação dos importados nas vendas de fim de ano dos supermercados. Segundo ele, a participação sobre o faturamento deverá superar os 3%, o que significaria retomar o patamar registrado em 2007. No ano passado, a fatia recuou em razão da alta do dólar, que superou os R$ 2,30. A moeda norte-americana fechou hoje cotada a R$ 1,731 no mercado interbancário de câmbio.
Entre os principais produtos importados vendidos nos supermercados estão azeite, vinho, bacalhau, brinquedos e itens do setor têxtil. Honda destacou que o recuo do dólar contribuirá para a estabilização dos preços. O dirigente evitou fazer previsão para o aumento das vendas no Natal, mas salientou que deverá elas devem ser melhores que as de 2008.
Sobre a renovação da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) à linha branca, Honda salientou que, além do crescimento das vendas de geladeiras, fogões e máquinas de lavar, a medida deverá estimular outros produtos, como os da linha marrom (televisores e aparelhos de som) e celulares. “A renovação da medida tem um efeito psicológico no consumidor, de manutenção do otimismo com as vendas”, disse.
O executivo acrescentou que o crescimento do emprego, que a medida proporcionará ao varejo e à indústria, terá impacto nas vendas dos supermercados. “Ainda temos uma baixa penetração de alguns produtos, como máquinas de lavar, e a medida estimulará as vendas no final do ano”, afirmou.
O efeito calendário foi apontado por Honda como a razão para a queda de 4% nas vendas em setembro, na comparação com agosto. “Além de ter tido um dia a menos que agosto, setembro contou com um fim de semana inteiro a menos, o que impacta sensivelmente as vendas nos supermercados”, completou.