Após três anos consecutivos com vendas em queda, o mercado imobiliário da cidade de São Paulo voltou a crescer no ano passado. As vendas de imóveis atingiram 23.629 unidades em 2017, uma expansão de 46,1% em relação a 2016. O resultado surpreendeu o setor, que esperava um crescimento de 5% a 10% no ano.

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A pesquisa foi divulgada ontem pelo Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP) e considera apenas os imóveis residenciais novos. “Os números do mercado imobiliário em 2017 nos surpreenderam”, disse o presidente do Secovi-SP, Flávio Amary. O executivo atribuiu o forte crescimento do setor à recuperação da economia brasileira, com redução dos juros e estabilidade no nível de empregos, o que ajudou a recompor parcialmente a confiança de consumidores. “Houve uma melhora do cenário macroeconômico. Vemos nos plantões de venda a percepção de melhora entre os consumidores e o aumento da confiança em assinar o cheque”, comentou.

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O lançamento de novos projetos também cresceu, totalizando 28.657 unidades – aumento de 48% em relação a 2016, ano em que o mercado imobiliário registrou a menor quantidade de vendas e lançamentos da série histórica, iniciada em 2004.

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Segundo Amary, parte significativa dos novos projetos está relacionada ao crescimento do programa Minha Casa Minha Vida, que está com uma demanda mais aquecida e com boas condições de crédito. O programa foi responsável por 4.154 lançamentos em São Paulo em 2016, ou 23% do total. Já em 2017, essa participação subiu para 10.343 unidades, 36% do total.

Para 2018, a estimativa do Secovi é de estabilidade no número de lançamentos e alta de 5% a 10% nas vendas em relação ao ano passado. “Essa projeção já considera que o ano tem um calendário com Copa do Mundo, eleições presidenciais e muitos feriados emendados, o que prejudica muito o mercado”, disse o economista-chefe do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Celso Petrucci. Ele antecipou que os negócios em janeiro mostraram um bom desempenho, de modo que os números de lançamentos e vendas devem superar os do mesmo mês do ano passado.

Outra boa notícia para o mercado divulgada ontem está relacionada ao estoque de imóveis novos, que cresceu bastante durante a crise por conta da queda nas vendas e das devoluções de compradores que perderam a capacidade de pagar as prestações.

O estoque na capital paulista atingiu o patamar de 22.040 unidades no fim de 2017. O montante representa uma queda importante em comparação com o fim de 2016, quando estava em 24.130 unidades, e bem abaixo do pico de 28.118 unidades, em maio de 2015. Ainda assim, permanece um pouco acima da média histórica da cidade, que é de 20.148 unidades.

“O estoque não nos preocupa mais”, comentou o economista-chefe do sindicato, Celso Petrucci. Segundo ele, a maior parte do estoque é composto por moradias ainda na planta ou em fase de obras, lançadas nos últimos meses. As unidades prontas – que geram custo de condomínio, IPTU e manutenção para as construtoras – representam 9% do estoque total. Um ano antes, estava em 14%.

Preços

O presidente do Secovi-SP afirmou ainda que o preço das moradias, em geral, não tem subido no mesmo ritmo do reaquecimento do mercado. “Os preços ainda não estão acompanhando a recuperação, eles seguem estáveis. Algumas regiões têm os mesmos preços de meses ou até anos atrás”, disse.

Um estudo divulgado ontem pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) demonstra isso. O preço médio dos imóveis residenciais no País teve uma leve alta de 0,03% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nos últimos 12 meses, o preço médio das moradias recuou 0,36%. O levantamento considera os valores dos imóveis vendidos por meio de financiamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.