As vendas de gás natural para os consumidores residencial, comercial, industrial, automotivo e cogeração, o chamado mercado não-térmico, cresceram 18,9% em dezembro de 2009 ante igual intervalo de 2008, mês que já sofria os efeitos da crise econômica global. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), o consumo no período passou de 28,98 milhões de metros cúbicos por dia para 34,46 milhões de metros cúbicos/dia. Porém, o mercado total, que inclui as termelétricas, registrou retração de 15,9%, de 43,43 milhões de metros cúbicos por dia para 36,5 milhões de metros cúbicos/dia, em razão do baixo nível de geração das térmicas.
Refletindo os impactos negativos da crise no ano passado, que reduziu a base de comparação, o consumo industrial cresceu 22,8% em dezembro de 2009 ante igual mês de 2008. Além da melhora na atividade econômica do País, ajudou ainda na recuperação das vendas para as indústrias a contratação de gás pelas concessionárias a preços mais baixos nos leilões de curto prazo da Petrobras. O consumo do setor de cogeração, que inclui algumas indústrias, aumentou 60,2% no período.
Nos segmentos de menor volume, as vendas de gás ao residencial registram recuo de 9,1%. Em contrapartida, os clientes comerciais consumiram 5,2% a mais no período. A exemplo do que ocorreu nos últimos meses, a comercialização de gás natural veicular (GNV) retraiu 5,6% em dezembro de 2009 frente à igual intervalo de 2008, refletindo a menor competitividade frente a outros combustíveis.
O principal responsável pela queda de 15,9% no mercado total no período foi a diminuição do consumo de gás para geração de energia elétrica. Nesse segmento, a demanda pelo insumo caiu 85,9%. O comportamento se explica pelo maior uso das hidrelétricas para o abastecimento energético do País. Com o nível dos reservatórios das usinas em alta, as termelétricas foram pouco despachadas para garantir o fornecimento de energia.
Entre as distribuidoras, a Comgás (SP) segue na liderança das vendas, com 11,66 milhões de metros cúbicos/dia comercializados. Em seguida vem a CEG (RJ), com 6,13 milhões, a Bahiagás, com 3,74 milhões, a CEG-Rio, com 2,29 milhões, e a BR (ES), com 1,83 milhão de metros cúbicos por dia.