Rio (AE) – A venda de computadores no mercado formal brasileiro registrou um aumento de 46% no ano passado em relação a 2005. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), foram comercializadas 8,3 milhões de unidades em 2006, ante 5,7 milhões de 2005. Para o diretor da Área de Informática da Abinee, Hugo Valério, esses números são reflexos de medidas de desoneração tributária, da maior fiscalização da Polícia Federal e Receita Federal e da ampliação do crédito.
Valério ressalta que atualmente o mercado formal de computadores já responde por 60% das vendas. ?A MP do Bem, que eliminou o PIS/Cofins aos computadores abaixo de R$ 2,5 mil, fez com que os preços do mercado formal se aproximassem do informal?, afirma, acrescentando que o consumidor percebeu, desta forma, as vantagens que existem na compra do produto legal, como a garantia, a nota fiscal, o suporte técnico e a assistência técnica.
O aumento do crédito tanto pelo governo federal – por meio do programa ?Computador Para Todos?, que financiou as máquinas em até 24 vezes ao consumidor final – quanto pelo setor varejista, também influenciaram para o aumento das vendas. Segundo ele, aliado à ampliação do crédito, a queda do dólar também ajudou nas vendas e para a redução dos preços dos computadores. ?Alguns componentes importados ficaram mais baratos, o que reduziu entre 15% e 20% o preço ao consumidor. Com um aumento no volume de vendas houve ainda uma diminuição nos custos fixos da produção.
O decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que amplia a isenção tributária para computadores de até R$ 4 mil, vai permitir que o mercado possa crescer aproximadamente 20% em 2007. ?Com a imediata efetivação da medida estimamos que as vendas de computadores neste ano fechem em 10 milhões de unidades, permitindo uma ampliação da formalização do mercado.?
Segundo Valério, estimativas indicam que o crescimento do setor de informática tenha gerado cerca de 12 mil empregos diretos na cadeia produtiva, fora os indiretos, em 2006.