A indústria automobilística encerra o semestre com vendas de 1,737 milhão de veículos, incluindo caminhões e ônibus, volume recorde para o período e 10% maior em relação aos seis primeiros meses de 2010.
O mês que terminou foi o melhor junho da história. A tendência para a segunda metade do ano, porém, é de desaceleração do crescimento. A previsão das montadoras é de chegar em dezembro com alta de 5% nos negócios, totalizando vendas de quase 3,7 milhões de veículos.
As medidas de contenção ao crédito adotadas pelo governo a partir de dezembro afetaram alguns segmentos – como o de modelos populares -, a inadimplência cresceu, mas a demanda por carros novos manteve-se forte no primeiro semestre, puxada principalmente pela elevação da renda e manutenção de empregos.
Segundo dados do mercado, só no mês passado foram licenciados 304,4 mil veículos, 15,8% a mais que no mesmo mês do ano passado, mas 4,46% abaixo de maio, até agora o melhor mês do ano, com 318,5 mil veículos comercializados. Boa parte das vendas foi feita a frotistas, que conseguem preços especiais.
Na média diária, junho, com 20 dias úteis, teve vendas de 15.219 veículos, acima de maio, com 22 dias úteis e 14.478 unidades ao dia. Só em automóveis e comerciais leves foram vendidos no mês passado 287 mil unidades, com média diária de 13.667 unidades, igual a maio.
A continuidade do ritmo de crescimento é ameaçada pela inadimplência. O presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), Décio Carbonari de Almeida, diz que o calote está “acima do esperado”.
Em alta desde janeiro, o índice de atrasos acima de 90 dias estava em 3,3% dos contratos em abril. “Como não houve queda da renda e nem aumento do desemprego, pode ser um sinal de esgotamento do crédito”, afirma.
Para alguns fabricantes, a desaceleração deve ser mais acentuada no segmento de automóveis, mais dependente do crédito privado, que está mais caro. O segmento de caminhões e ônibus tende a seguir crescendo.
Na quinta-feira, a Mercedes-Benz anunciou a criação de um terceiro turno de trabalho na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) e a contratação de 950 funcionários. O objetivo é ampliar a capacidade produtiva de 65 mil para 75 mil a 80 mil veículos. As informações são do jornal o Estado de S.Paulo.