As vendas de veículos, neste ano, deverão ser em média pelo menos 5% maiores que as registradas no ano passado. A estimativa é do presidente do Conselho Nacional da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Assis Augusto Pires. A venda de automóveis e veículos comerciais leves devem aumentar em 5,5%, a de caminhões, em 3,5%, e de motocicletas, em 7%. A grande decepção deverá ficar por conta de tratores e máquinas agrícolas, mercado em que se prevê uma diminuição de 8,5% nas vendas, em razão principalmente das frustrações de safra no Sul do País.
?O custo de produção agrícola tem sido muito alto? , afirma Assis. Dada a importância da agricultura para os saldos da balança comercial brasileira, ele diz estar preocupado com a reação do agricultor para o próximo ano. ?Se houver decisões de não plantar, vai ser uma tragédia total?, considera.
Segundo o diretor-geral regional da Fenabrave, Luís Antônio Sebben, ainda é cedo para previsões sobre o mercado de veículos agrícolas no Paraná. Para ele, estimativas mais precisas só poderão ser dadas a partir do início de maio, pois março e abril são meses cruciais para avaliar as vendas. O diretor diz que nos primeiros meses do ano as vendas desse tipo de veículo costumam ser menores.
Para o vice-presidente da Fenabrave, Gláucio José Geara, a venda no setor agrícola depende muito de financiamentos do governo federal. Ele diz que a Fenabrave está fazendo contato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que se possa facilitar o financiamento a agricultores.
Bicombustível
Para Geara, embora as montadoras não estejam investindo tanto em novos modelos, a grande novidade tem sido a tecnologia de motor flexível, que pode funcionar com álcool, gasolina e até gás natural. Ele diz que praticamente não há diferença de preços entre motores flexíveis e tradicionais e que a procura tem sido grande por parte dos consumidores. ?Está ocorrendo inclusive uma pequena fila de espera, de cerca de quinze dias, para a aquisição do veículo.?
Segundo ele, a instabilidade do preço do petróleo e as pressões para a diminuição da emissão de poluentes podem fazer aumentar a procura desse tipo de automóvel. Geara observa que o Brasil se coloca entre os dez maiores produtores de veículos do mundo e que pode vir a se tornar um dos grandes exportadores de automóveis com motor flexível.