O mercado de carros novos encerrou o mês passado com vendas de 244,8 mil veículos, incluindo caminhões e ônibus. O resultado é 35,8% menor na comparação com dezembro. Já em relação a igual mês de 2010, houve aumento de 14,8%. Foi o melhor janeiro da história. O anterior foi em 2008, com 215 mil unidades. Na avaliação de representantes do setor, o mês só não apresentou melhores resultados por causa das medidas de aperto ao crédito anunciadas pelo Banco Central (BC) no fim do ano passado, que tirou parcela significativa de famílias da lista de potenciais compradores.

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Por ser considerado mês tradicionalmente fraco, as montadoras previam queda entre 27% e 30% em relação a dezembro, que registrou recorde mensal de vendas, com 381,6 mil unidades. O resultado, porém, foi pior que o esperado. No segmento de automóveis e comerciais leves a queda foi de 36,3%, com 230,2 mil unidades, segundo registros de licenciamentos do Renavam. Nos caminhões, a queda em relação a dezembro foi de quase 30% e, nos ônibus, de 12,5%.

Para o presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), Décio Carbonari de Almeida, a queda superior ao previsto está relacionada ao pacote que encareceu o crédito. Em exemplo citado por ele, as parcelas de um carro popular adquirido sem entrada, em 60 parcelas, subiu de R$ 500 para R$ 590. “A renda mensal exigida para um plano como esse aumentou de R$ 2 mil para R$ 2,4 mil, reduzindo assim a faixa apta ao consumo”, afirma Almeida. Consequentemente, a oferta de crédito também caiu, mas ele ainda não tem os números de janeiro. Os bancos das montadoras representados pela Anef respondem por 40% dos financiamentos de veículos novos.

A Anef e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) esperam aumento de 5% nas vendas este ano, para 3,69 milhões de veículos. Na segunda-feira, a Anfavea divulgará o balanço completo do mês, com dados de produção, exportações e empregos.

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