As vendas da indústria de materiais de construção no País estão abaixo do esperado neste começo de ano, e empresários do setor já estudam diminuir as projeções para 2019. As vendas em abril cresceram 3,6% em comparação com março, mas recuaram 1,8% em relação a abril do ano passado. Nos primeiros quatro meses de 2019, as vendas recuaram 0,2% em relação aos mesmos meses de 2018. E no acumulado dos últimos 12 meses até abril, as vendas permaneceram estáveis frente ao acumulado nos 12 meses anteriores.

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Os dados são de pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) e antecipada ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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O levantamento também mostrou que a quantidade de pessoas empregadas na indústria de materiais em abril teve leve alta de 0,3% ante o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, foi registrado crescimento de 0,6%, e no acumulado em 12 meses houve expansão de 1,6%.

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Revisão nas projeções

A projeção inicial da Abramat, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), era de um crescimento de 2,0% das vendas em 2019. Os cálculos foram desenhados no fim do ano passado, quando as expectativas eram mais positivas para o desempenho da economia brasileira e para o governo neste ano.

No entanto, os resultados das pesquisas de vendas da indústria até aqui não são suficientes para “diagnosticar uma retomada sustentável do segmento”, avalia o presidente da Abramat, Rodrigo Navarro. “Até o momento, mantemos nossa projeção, mas faremos uma revisão no próximo mês”, disse.

Na visão do executivo, a indústria ainda segue limitada por conta de fatos externos ao setor, como a ausência de reformas estruturais no País e a paralisação ou lentidão das obras públicas de infraestrutura.

“A economia brasileira apresenta indicadores saudáveis”, afirma, citando juros, inflação e câmbio relativamente controlados. “Mas são necessárias medidas estruturantes para que se possam desobstruir gargalos para o crescimento da construção civil como um todo”, observa.

Diante desse cenário, o presidente da Abramat cobra a efetivação das reformas em discussão no Congresso, como a da Previdência, além da retomada de grandes obras públicas de infraestrutura, que ajudarão a impulsionar a indústria de materiais.