Varig tem que buscar solução de mercado

São Paulo (AG) – O ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, voltou a reforçar ontem que o País reconhece o valor institucional da Varig, mas que a companhia deve buscar uma solução de mercado. Durante o Salão do Turismo – Roteiros do Brasil -, que acontece em São Paulo até domingo, o ministro evitou mencionar detalhes do encontro que integrantes do governo tiveram ontem com representantes da Varig e da TAP, principal estrangeira interessada em negociar com a companhia.

?Estamos contentes agora que a Varig está buscando uma solução de mercado e é assim que deve ser porque ela é uma empresa privada que tem problemas de estrutura de capital que devem ser resolvidos pelos acionistas. O governo não tem uma única ação da Varig?, ressaltou.

Mares Guia, no entanto, aliviou as observações reconhecendo que a Varig tem muito valor para o mercado.

?Ela (Varig) tem ativos importantes, como a maioria das linhas internacionais, alto conceito de qualidade na aviação e uma cultura que vale ouro. Ninguém quer que a Varig sucumba, mas tem que buscar uma solução com as próprias pernas.?

O ministro, no entanto, voltou a repetir o discurso que fez durante um congresso do setor em 2004 e disse que o governo não é ?hospital de empresa nenhuma?, citando a TAM e a Gol como empresas que buscaram soluções no mercado.

Carga tributária

Mares Guia reconheceu, porém, que o governo tem um papel importante na busca de soluções que permitam aumentar o fluxo interno de vôos. Especialistas e companhias aéreas alegam que a carga tributária para o setor chega a 35% enquanto nos Estados Unidos, principal mercado emissor de turistas para o Brasil, não passa de 6%. Segundo ele, tão grave quanto a alta carga de tributos é a política de cobrança de combustível de aviação da Petrobras e a atual regulação do setor.

?O problema mais sério não é a carga tributária propriamente dita, mas a forma como a Petrobras cobra o preço do QAV das companhias internacionais, chegando a ser 16% abaixo do custo do que pagam as empresas nacionais. Só isso diminuiria em até 4% o custo total das empresas?, argumentou ele.

Mares Guia afirmou que não há crise no setor de aviação, visto que todas as 14 empresas aéreas regionais apresentaram crescimento no volume de embarques e desembarques de passageiros e todas as grandes companhias estão apresentando resultados positivos operacionais.

?Temos que flexibilizar o processo de autorização para o aumento no fluxo de vôos. Tem muita empresa nacional e internacional pedindo autorização para comprar aeronaves e aumentar a oferta.? 

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo