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Foto: Agência Brasil

Avião na pista do aeroporto: quebra de suporte de fixação das rodas.

O presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), José Carlos Pereira, afirmou ontem (16), que a partir de segunda ou terça-feira vai exigir da Varig repasse à estatal, até o horário da hora do vôo, do valor cobrado dos passageiros referentes à taxa de embarque. Caso não seja recolhido o valor das taxas referentes ao vôo, em torno de R$ 800 ou R$ 900 por decolagem, a Infraero impedirá o avião de voar.

?O que está havendo é apropriação indébita de recursos e por dever de ofício, não posso mais permitir que esta apropriação continue em cima de empresa estatal?, declarou o brigadeiro. Ele disse ainda que já encaminhou carta comunicando sua decisão à Varig e ao Ministério Público.

Segundo o brigadeiro, há mais de um mês a Varig está se apropriando indevidamente da taxa que os passageiros pagam à Infraero por intermédio da companhia aérea, e que deveria ser imediatamente transferida para a estatal. Já são mais de R$ 30 milhões dos quais a Varig se apropriou neste período em todo o País, informou Pereira. ?Esse dinheiro a Varig tem disponível e tem de nos repassar. Não posso mais permitir que continue a haver esta apropriação indébita. Isso já passou do meu limite?, desabafou.

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Ele lembrou que a Infraero não tem cobrado as taxas de pousos e decolagens dos aeroportos, que representam de R$ 450 mil a R$ 600 mil por dia. As dívidas da Varig com a Infraero pelo não-pagamento das taxas de uso de aeroportos já somam mais de R$ 350 milhões, fora as que estão renegociadas. ?Eu não posso fazer mais nada, além de rezar?, desabafou o brigadeiro.

Cancelamento de vôos

Pelo menos 27 vôos da Varig foram cancelados ontem nos aeroportos do Rio de Janeiro. No Santos Dumont, que opera a ponte-aérea Rio-São Paulo, foram canceladas cinco partidas para Congonhas e seis vôos, que deveriam sair do aeroporto paulista com destino ao Rio, foram cancelados.

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De acordo com a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), nenhum passageiro foi prejudicado pelas alterações na programação de vôos da companhia, nem houve tumulto no aeroporto, já que todos foram acomodados em outras empresas.

Acidente

A Varig informou ontem, por meio de nota, que o problema ocorrido pela manhã, em Brasília, em um dos trens de pouso de uma aeronave MD-11, foi provocado pela ?quebra do suporte de fixação das rodas?. Segundo a empresa, por causa disso as rodas se desprenderam no momento do pouso. O avião fazia a rota Rio de Janeiro, de onde saiu às 8h40, para Manaus, com escala em Brasília.

Às 10h15, a aeronave registrou o problema quando pousava no aeroporto internacional de Brasília Juscelino Kubitschek, com 108 passageiros a bordo. Segundo a Varig, desse total, 45 passageiros seguiriam viagem para Manaus e, por causa do incidente, foram realocados em vôos de outras companhias aéreas.

TGV discute como pagar US$ 75 milhões ?de sinal?

Rio (AE) – Integrantes dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) estão se reunindo com advogados e consultores financeiros para definir uma posição sobre o depósito de US$ 75 milhões para a Varig, uma das condições do edital de leilão da companhia. Pelas regras do leilão, assim que a proposta vencedora for homologada o vencedor deve depositar a quantia em até 72 horas.

O TGV foi o único grupo que apresentou oferta pela companhia, de R$ 1,010 bilhão, dia 8. No entanto, até agora a origem do dinheiro não foi anunciada, nem mesmo para a Justiça. O TGV negocia com cinco investidores, mas em dois casos as conversações estão mais adiantadas, um deles é o ex-presidente da VarigLog, José Carlos Rocha Lima, da Syn Logística, que teria como um dos financiadores o fundo de investimentos Carlyle.

O TGV tem duas possibilidades: anunciar a obtenção de uma carta fiança que garanta o depósito de US$ 75 milhões para a Justiça do Rio, que exigiu por duas vezes a comprovação da origem do dinheiro. Outra é informar que não haverá depósito hoje.

Os US$ 75 milhões são cruciais para a Varig porque na próxima quarta-feira o juiz Robert Drain, da Corte de Nova York, vai exigir a garantia de que a Varig tem dinheiro para pagar as empresas que arrendam aviões para a companhia. Caso não haja essa comprovação, o juiz pode derrubar uma liminar que vem protegendo a Varig contra a perda de pelo menos 25 aeronaves, o que inviabilizaria, quase de imediato, sua operação internacional.