A BR Distribuidora decidiu garantir o abastecimento dos aviões da Varig no feriado prolongado da Páscoa. A Varig, empresa aérea mais antiga do mercado, com 75 anos de história, corria o risco de ficar no chão neste final de semana por conta de dificuldades para pagar o abastecimento de querosene. A BR informou que a Varig depositou o pagamento para o combustível durante o feriado.

O presidente do conselho de administração da FRB-Par (Fundação Ruben Berta) – holding responsável pelo controle do grupo Varig -, Gilberto Rigoni, chegou a confirmar que isso poderia acontecer se as condições comerciais com a BR Distribuidora não fossem alteradas. Segundo ele, a BR exige que a Varig faça o pagamento diário e à vista do combustível, o que seria equivalente a R$ 5,4 milhões. “Não existe empresa aérea que consiga sobreviver com um rigor desse.”

Como o caso da Transbrasil – que parou de voar em dezembro de 2001 por falta de dinheiro para pagar pelo combustível – ainda está na memória da população, a BR informou ontem que o abastecimento da Varig está garantido pelo menos até o final de semana.

Segundo a distribuidora, a companhia aérea possui um acordo comercial que lhe garante um crédito de R$ 40 milhões, apesar da exigência do pagamento diário pelo combustível usado. Esse crédito seria suficiente para quase 10 dias de abastecimento.

Para piorar a situação da Varig, Rigoni afirmou que o Banco do Brasil teria bloqueado US$ 17 milhões da conta da empresa em função de débitos que vencem a partir de maio.

Procurada pela reportagem, o BB informou que não iria comentar o assunto. Segundo a instituição, o BB está proibido de se pronunciar em cumprimento às regras de sigilo bancário.

Por conta das relações complicadas com a BR, BB e Fator, Rigoni disse que tem dificuldades para cumprir as exigências do governo, que reivindica que a FRB-Par assine ainda a proposta de modelagem da fusão TAM-Varig. Sem a assinatura do documento, o governo poderia deixar de lado a intenção de liberar qualquer tipo de socorro financeiro para a Varig.

O Ministério da Defesa também teria recomendado que Rigoni pedisse para o BNDES ser o avalista da Varig na compra de combustíveis junto à BR Distribuidora.

Apesar da pressão de vários segmentos para assinar logo o acordo de fusão, Rigoni disse que não tomará nenhuma ação precipitada. “Nenhuma ação pode ser tomada sem a decisão do conselho administrativo e o aval do colégio deliberante e Ministério Público.??

??A Varig é uma empresa que tem uma história de 75 anos de serviços prestados ao País. Sua bandeira, muitas vezes, se confunde com os símbolos nacionais. É mais do que justo que ela mereça uma atenção especial??, afirmou o presidente da Infraero.

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