A desaceleração da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de 0,23% para 0,10%, na passagem de junho para julho, foi puxada, em parte, pela queda nos preços dos alimentos. O grupo registrou recuo de 0,39%, após uma variação de 0,11% na leitura anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado anunciado nesta quarta-feira (20), o IPCA-15 acumula altas de 4,20% no ano e de 6,75% em 12 meses, até julho.
Ocorreu queda generalizada nos preços, contra um aumento em apenas poucos itens. Entre os alimentos que ficaram mais baratos, destacam-se cenoura (-11,96%), tomate (-5,18%), frutas (-5,16%), hortaliças (-4,99%), batata-inglesa (-4,13%), frango (-3,37%), carnes (-1,50%) e arroz (-1,29%). Com o resultado, o grupo alimentação e bebidas exerceu impacto de -0,09 ponto porcentual no resultado do IPCA-15 de julho.
Outros itens também contribuíram para o menor resultado do índice. As despesas com habitação aumentaram, mas bem menos, passando dos 0,72% de junho para 0,28% em julho, tendo em vista a queda de 0,19% nos valores dos condomínios, aliada à desaceleração na taxa de crescimento do aluguel residencial (de 0,84% para 0,46%), à menor incidência de reajustes na taxa de água e de esgoto (de 1,16% para 0,15%), à menor variação da mão-de-obra para reparos na residência (de 0,66% para 0,36%), e à queda do gás de botijão (de 0,43% para –0,24%).
Em período de liquidação, os artigos de vestuário deixaram a alta de 1,28% em junho e foram para 0,15%, também contribuindo para a redução do índice, juntamente com outros itens, a exemplo dos remédios, que passaram de 0,53% para 0,15%.
Por outro lado, subiram as despesas com o pagamento dos empregados domésticos, cuja variação saiu dos 0,33% de junho para 1,26% em julho, consistindo no item que provocou o maior impacto individual (0,05 ponto percentual).
Menos intensidade
Mesmo exercendo o principal impacto para baixo no mês, com –0,06 ponto percentual, a gasolina perdeu intensidade de queda, substituindo a taxa de –3,43% de junho pela de –1,49% em julho. Isto em conseqüência da reversão do comportamento de preços do etanol, que veio com alta de 1,79% em julho após a forte queda de 16,53% do mês anterior.
A alta do etanol, entretanto, ficou concentrada na região metropolitana de São Paulo, onde o preço do litro do produto aumentou 5,75%. Aumentos relativamente acentuados também foram registrados em Curitiba (2,07%), Brasília (1,82%) e Salvador (1,55%). À exceção de Belo Horizonte, onde a variação do litro do etanol ficou em 0,17%, as demais regiões continuaram mostrando queda de preços, só que menos intensa do que no mês de junho.
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