As constantes variações climáticas registradas no final do ano passado provocaram uma quebra de 70% da safra de mel no Paraná, em relação à produção alcançada em 2003. Na Região Metropolitana de Curitiba, uma das mais importantes para a apicultura no Estado, a redução chegou a 90%.
Os dados são de produtores filiados à Associação Paranaense de Apicultores (APA), entidade que reúne 120 filiados na RMC e que no ano passado respondeu por 1,4 mil toneladas, ou 30% da produção paranaense de mel.
Campo Magro, Colombo, Campo Largo, Almirante Tamandaré e Balsa Nova são as cidades mais expressivas na produção de mel e derivados na Região Metropolitana, de onde também procedem própolis, geléia real e afins, vendidos ao natural, ou em forma de cremes, xampus ou sabonetes nas feiras especiais e feiras noturnas de Curitiba.
No ano passado, a Feira Gastronômica do Batel vendeu 770 quilos de mel. As feiras especiais de Páscoa, do Pinhão, da Primavera, do Natal e outras, comercializaram cerca de 14 toneladas no mesmo período.
A chuva e o frio registrados em novembro, época de maior colheita de mel, prejudicaram a ação das abelhas que, segundo o presidente da APA, Sebastião Gonzaga, coletaram menos néctar e consumiram mais mel.
Na hora da compra
O consumidor deve ficar atendo na hora da compra. O mel verdadeiro é opaco e não pode ser submetido a temperatura acima de 70ºC, porque perde suas propriedades. O falsificado é, geralmente, transparente. Além disso, o mel cristaliza, tem aspecto de pasta macia e uniforme com grânulos. O mel falsificado endurece, tem aspecto arenoso e odor enjoativo.
Alimento básico das abelhas e matéria-prima para a produção da cera e geléia real, o mel é produzido a partir do néctar das flores e de secreções de partes vivas de determinadas plantas que as abelhas melíferas coletam, transformam, combinam e deixam maturar nos favos das colméias.
Sabor, cor e aroma variam de acordo com a origem botânica, clima, solo, umidade, altitude até mesmo a manipulação pelo apicultor, que pode alterar as características do mel, usado como adoçante pelo homem desde a mais remota Antigüidade. Hieróglifos egípicos relatam as propriedades do produto rico em componentes nutritivos e terapêuticos, e que contém dois açúcares: glicose e frutose.
A composição inclui sais minerais que são absorvidos no sangue sem que seja necessária a digestão, fornecendo energia rapidamente. No organismo humano, o mel tem em princípio seis efeitos: imunológico, anti-bacteriano, antiinflamatório, analgésico de sedativo expectorante e hipersensibilizador.
Tipos de mel
Os mais conhecidos e comercializados de mel, classificados segundo a florada, são o seguintes:
Silvestre – mel dos campos e matas, do néctar de diversas flores. Tônico, peitoral, fortificante, embelezador, combate o reumatismo e artrite. De sabor suave, é rico em minerais.
Laranjeira e outros cítricos – tranqüilizante, regulador de intestino, sedativo natural, combate a insônia e é revigorante da pele.
Eucalipto – expectorante, peitoral, combate bronquites e asma. Desinfeta e dilata os brônquios, combate a tosse, gripe, resfriados e os efeitos da poluição. Com sabor forte, tem alta concentração de ferro, magnésio, cálcio e enxofre.
Trigo sarraceno – Rico em cálcio e fero, é fortificante. Combate anemia, acidez estomacal. Alcalino, é bom para o baço e dores de coluna.
Bracatinga – Tem sabor amargo, e é excelente para problemas de fígado e vesícula. Vermífugo, estimulante digestivo, também é indicado para problemas circulatórios.
Cambará – Menos conhecido, é ideal no combate a tosses, coqueluche e úlceras gástricas.
Girassol – Por ser rico em fósforo, é excelente para o cérebro e indicado para quem faz esforço intelectual.