O comércio varejista está operando 11,6% abaixo do pico de vendas registrado em novembro de 2014, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No conceito ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, as vendas estão 17,8% abaixo do patamar registrado no ponto máximo, em agosto de 2012.

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“O varejo ampliado tem muita influência dos automóveis, que estavam no ponto mais elevado em agosto de 2012”, lembrou Isabella Nunes, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

O varejo teve o pior mês de março desde 2003. A queda de 5,7% nas vendas em relação ao mesmo período do ano anterior foi a mais intensa desde 2003, quando o recuo chegou a 11,4%.

“O ano de 2003 foi um ano em que não só o comércio, mas também a indústria e outras atividades mostraram a influência do que estava acontecendo ali, mudança de governo”, lembrou Nunes.

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No caso do varejo ampliado, o recuo de 7,9% em março ante março de 2015 foi o pior desempenho para o mês em toda a série histórica, que nesse caso começa em 2005.

Fatores

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A redução nas vendas do varejo é consequência da deterioração no mercado de trabalho, da persistência inflacionária e da manutenção das taxas de juros em patamares elevados, segundo Isabella Nunes.

“O desaquecimento do mercado de trabalho, a pressão inflacionária e o aumento na taxa de juros formam os pilares que inibem o consumo”, disse Isabella. O varejo registrou recuo de 7,0% no primeiro trimestre de 2016 ante igual trimestre do ano anterior, o pior desempenho da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em 2001.

A queda no volume vendido em março ante março de 2015 foi de 5,7%, a 12ª taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação. A única atividade a escapar da retração foi a de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com avanço de 2,0% no período.

“A natureza das farmácias é de medicamentos e produtos de perfumaria, de uso diário, então você tem uma continuidade e essencialidade. Isso, de certa forma, garante um consumo substancial”, afirmou a gerente do IBGE.

Os demais setores tiveram resultados negativos em março, em relação a igual período do ano anterior: móveis e eletrodomésticos (-13,8%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-11,9%); tecidos, vestuário e calçados (-14,1%), combustíveis e lubrificantes (-10,1%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,2%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-8,9%); livros, jornais, revistas e papelaria (-16,2%).

No varejo ampliado, o recuo chegou a 7,9%, com reduções em veículos (-11,1%) e material de construção (-14,6%).