O varejo fechou 2017 no terreno positivo após dois anos de quedas. A alta de 2,0% registrada no volume vendido no ano passado não recupera a perda de 10,2% acumulada em 2015 e 2016, mas a tendência é de recuperação gradual, avaliou Isabella Nunes, gerente na Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Embora tenha fechado o ano positivo, não recupera as perdas do passado. Mas mantém a recuperação gradual. Só o fato de ter fechado o ano positivo já mostra que há uma recuperação”, apontou Isabella.
A base de comparação baixa explica parte do avanço no varejo no ano, mas a conjuntura econômica como um todo estava melhor em 2017 do que nos anos anteriores, lembrou a pesquisadora.
“Todos os indicadores econômicos melhoram, então o varejo vai acompanhar isso. Para além da base de comparação, aqui há melhora de juros, a renda também melhora”, citou.
Em 2017, as vendas de supermercados foram impulsionadas pela queda nos preços dos alimentos consumidos no domicílio e pelo aumento no número de trabalhadores ocupados, ainda que estejam atuando na informalidade. A atividade de móveis e eletrodomésticos foi beneficiada pela redução nos juros do crédito ao consumidor, embora ainda estejam em patamar mais elevado do que em 2014.
“Móveis e eletrodomésticos recuperam perdas do passado. Tinha uma demanda reprimida dentro desse setor de consumo. Depois de dois anos de quedas, o setor se recupera com a melhora dos juros e a própria melhora do mercado de trabalho e da massa de rendimento”, justificou Isabella.
Cinco entre as oito atividades do varejo tiveram expansão em 2017: supermercados, 1,4%; móveis e eletrodomésticos, 9,5%; tecidos e vestuário, 7,6%; artigos farmacêuticos, 2,5%; e outros artigos de uso pessoal e doméstico, 2,1%. As perdas permaneceram em combustíveis, -3,3%; livros e jornais, -4,2%; e equipamentos de informática e comunicação, -3,1%.
No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, houve avanço de 4,0% no ano. As vendas de veículos subiram 2,7% em 2017, enquanto material de construção teve elevação de 9,2%.