O comércio varejista do País está caminhando para um resultado de vendas recorde em 2010. Embora tenha ressaltado que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não faz previsões, o economista da Coordenação de Serviços e Comércio do instituto, Reinaldo Silva Pereira, argumentou que, no acumulado do ano até outubro, as vendas do comércio varejista acumulam alta de 11,1%. Desde o início da série histórica da pesquisa, em 2001, o volume de vendas do comércio nunca fechou o ano com expansão de dois dígitos.

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Além disso, Pereira comentou que os resultados de vendas que ainda estão por vir, referentes aos meses de novembro e dezembro, são conhecidos historicamente como bons, tendo em vista as compras de Natal. “Não creio que teremos resultados negativos nestes dois últimos meses do ano. Não posso fazer previsões sobre desempenho. Mas pelo que posso perceber, estamos caminhando sim para um crescimento de dois dígitos no comércio varejista”, afirmou.

Ele acrescentou ainda que o comércio teria tido uma alta no volume de vendas de dois dígitos em 2008, não fosse “atropelado” pela crise global, cujo período mais agudo começou em setembro daquele ano. Até o momento, o melhor resultado anual das vendas do comércio varejista é o de 2007, quando houve alta de 9,7%.

Na análise do técnico, caso o volume de vendas do varejo encerre 2010 com evolução de dois dígitos, o segmento de hiper, supermercados, produtos alimentícios e fumo terá sido fundamental para compor resultado positivo. Isso porque, além de ser o segmento de maior peso entre os pesquisados pelo IBGE para cálculo da evolução de vendas no varejo, até outubro deste ano o segmento já acumula alta de 9,7%. Este aumento já é superior ao fechamento de todos os anos, no setor, desde o início da série em 2001.

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Eletrodomésticos

A desvalorização do dólar ante o real ajudou no bom desempenho nas vendas no varejo de móveis e eletrodomésticos em outubro deste ano, que subiram 2,3% ante setembro, disse Pereira. Na comparação com outubro do ano passado, as vendas no segmento subiram 15,4%. No ano, a expansão é de 18,1% e, em 12 meses, de 17,2%.

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O técnico do IBGE comentou que o dólar fraco ajudou a tornar mais baratos peças importadas e produtos que compõem o segmento, estimulando as vendas. No entanto, outros fatores contribuíram para o bom desempenho do setor. “Temos outros fatores, como melhora de renda e de oferta de crédito, que elevaram o poder aquisitivo do consumidor e ajudaram nas vendas deste tipo de produto”, acrescentou.