A alta disseminada no comércio varejista em novembro mostra que o consumo vai bem, apesar das limitações da economia brasileira no que se refere a mercado de trabalho, investimento e inflação. Esta é a avaliação do economista Guilherme Maia, da Votorantim Corretora. “Os resultados de hoje ficaram acima do que esperávamos”, afirmou.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o varejo restrito teve avanço de 0,7% em novembro ante outubro, enquanto o varejo ampliado, que também considera os segmentos de veículos, motos e peças e de materiais de construção, cresceu 1,3% no período.
De acordo com Maia, os números de novembro e os dados antecedentes de dezembro mostram que o varejo terá um desempenho melhor do que o previsto no quarto trimestre de 2013, compensando um desempenho mais fraco do setor industrial. “Só reforça a percepção de que a indústria vem puxando a atividade para baixo e os serviços, para cima”, disse.
A Votorantim Corretora projeta um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,5% nos três últimos meses do ano, em relação ao terceiro trimestre, e de 2,3% em 2013. Já a previsão de crescimento é de que o varejo tenha alta entre 4,5% e 5% em 2013.
Sem mudanças
O descompasso entre indústria e varejo deve permanecer em 2014, na opinião de Maia. Ele acredita que o menor crescimento dos salários, a mudança do patamar cambial e os estímulos aos investimento em infraestrutura devem favorecer a indústria, mas os benefícios não serão tão visíveis neste ano. “Em 2014 não temos motivos para ver uma mudança nessa dinâmica da atividade”, explicou.
A Votorantim Corretora espera um crescimento do varejo entre 4,5% e 5,5% em 2014, já considerando um cenário com leve desaceleração do mercado de trabalho, menor expansão do crédito e inflação de 6,2%.