A piora das vendas do comércio varejista ampliado, que incluem, além do varejo restrito, o setor de veículos, motos, partes e peças junto com o segmento de material de construção, reforça a percepção de que o Produto Interno Bruto (PIB) fechará o terceiro trimestre deste ano com a terceira queda consecutiva, depois do recuo entre os meses de abril a junho de 2014 e também nos três primeiros meses do ano. A avaliação é do economista-chefe da Icatu Vanguarda, Rodrigo Mello. Os dados oficiais do PIB do terceiro trimestre serão conhecidos no fim deste mês.

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“É de fato reflexo do arrefecimento da atividade. São efeitos que estavam atingindo (com mais força) a indústria. Temos o Caged (mercado de trabalho) mais fraco, dinâmica pior dos salários, a confiança baixa e os bancos privados segurando mais a concessão de crédito. Do jeito que as coisas estão, está com cara de PIB negativo”, estimou. O economista disse que ainda aguarda a pesquisa Mensal de Serviços (PMS) para fechar sua projeção para o PIB do terceiro trimestre, ainda permanece estável.

O resultado das vendas do varejo ampliado em setembro ante agosto, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), contrariou a expectativa de alta de 0,90% da Icatu. De acordo com Alves de Mello, os setores automotivo e da construção civil têm sofrido bastante nos últimos meses. “Tivemos surpresa com o ampliado, dado que o restrito não ficou muito longe do que estimávamos. Os dois setores vieram pior do que esperávamos. São segmentos que estão mostrando muita fragilidade na demanda”, avaliou. Para o varejo restrito, a estimativa da Icatu era de crescimento de 0,60% ante taxa efetiva de 0,40% divulgada nesta sexta-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da queda em supermercados, de 0,3% no nono mês do ano ante o anterior, as vendas do varejo restrito na margem indicam certa melhora, ainda que tenham crescido menos do que as vendas restritas do oitavo mês deste ano (1,10%). “Os supermercados se beneficiaram de alguns meses de deflação de alimentação no domicílio. Desde junho, vinha com queda e em setembro subiu (0,76%). Aquela ajuda de alimentação em domicílio desapareceu e explica parte da história, que ainda reflete a fraqueza do mercado de trabalho”, concluiu.

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