A fraca base de comparação com maio de 2018, quando o comércio varejista já sentiu os primeiros efeitos negativos da paralisação de caminhoneiros nas estradas de todo o País, impulsionou as vendas em maio deste ano, na comparação interanual. O efeito ocorreu principalmente no varejo ampliado (que inclui as atividades de veículos e material de construção), que avançou 6,4% ante maio de 2018.
Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As vendas de veículos, com alta de 22,3% sobre maio de 2018, tiveram a maior alta nessa base de comparação desde abril de 2018, quando o avanço foi de 36,3%. O setor de material de construção também teve o melhor desempenho desde abril de 2018, com avanço de 11,6% em maio ante igual mês de 2018. Em abril do ano passado, a alta tinha sido de 15,6% sobre abril de 2017.
Segundo Isabella Nunes, gerente da PMC do IBGE, as duas atividades foram as que mais sentiram porque estavam menos estocadas e foram atingidas mais imediatamente pelas paradas de produção e desabastecimento provocados pela greve dos caminhoneiros.
Outras atividades sentiram os efeitos da greve depois. As vendas de supermercados, por exemplo, foram mais atingidas em junho de 2018. Ainda assim, no varejo restrito, a paralisação dos caminhoneiros influenciou o desempenho das vendas de móveis e eletrodomésticos, que avançaram 5,8% em maio ante igual mês de 2018. Por causa da fraca base de comparação, foi a maior alta desde dezembro de 2017, quando as vendas desse segmento do varejo saltaram 8,3% sobre dezembro de 2016, no primeiro Natal após a recessão.