A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) de outubro, que apresentou variação negativa de 0,4% na série com ajuste sazonal, demonstra que o setor permanece em recuperação, mas com perda de ritmo na margem. No mês, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o comércio operou no mesmo patamar de novembro de 2015.
“Vamos observar os dois últimos anos”, afirmou a gerente da pesquisa, Isabella Nunes, ao avaliar se 2018 poderá ser caracterizado com um ano de recuperação, após um período de crise, iniciada em meados de 2014.
A avaliação é que a precariedade do mercado de trabalho cria limitações para o consumo ser mais relevante. Há limitações, principalmente, em atividades que dependem do financiamento.
Em outubro, os segmentos de consumo de primeira necessidade, como alimentos e remédios, influenciaram positivamente na formação da taxa. Porém, foi intensa a queda de outros segmentos, com destaque para combustíveis, móveis e eletrodomésticos, e tecidos.
Na série com ajuste sazonal, a atividade de combustíveis e lubrificantes caiu 1,2%; a de móveis e eletrodomésticos, 2,5%; e a de tecidos, vestuários e calçados, 2%.
“O comportamento dos combustíveis responde ao aumento dos preços. Já o grupo de vestuários e calçados passou por quatro meses seguidos de crescimento (até setembro), período em que acumulou alta de 6,7%. Enquanto a venda de eletrodoméstico está relacionado a financiamento”, destacou a responsável pela pesquisa.
O desempenho do comércio em outubro só não foi pior por causa do consumo básico, como hipermercados e farmacêuticos, por conta da estabilidade da renda e crescimento da população ocupada. Mas, pela baixa intensidade da alta, essas atividades não tiveram capacidade de compensar perdas em outros segmentos.