As empresas irão concentrar os seus esforços no mercado interno e reduzir os investimentos relacionados ao mercado externo caso a cotação do dólar se mantenha abaixo de R$ 2,70 até o final do ano. Além do câmbio, a infra-estrutura e a burocracia são apontadas como empecilhos para o crescimento das vendas para o mercado externo. Essa é a avaliação da Sondagem Especial da CNI (Confederação Nacional das Indústrias), divulgada ontem.
Com o real valorizado, 56% das empresas pesquisadas pretendem aumentar os esforços no mercado interno e 41% irão reduzir os investimentos voltados para as exportações. ?Tais mudanças certamente prejudicarão o desempenho futuro das exportações?, diz o documento.
Além disso, se a taxa do dólar ficar abaixo de R$ 2,70 até o final do ano, 39% dos pesquisados responderam que a opção será reduzir as vendas para o exterior. Para 9%, a saída será interrompê-las. Outros 28% disseram que não irão alterar sua estratégia no comércio exterior mesmo com a baixa cotação do dólar.
A pesquisa mostra ainda qual a taxa ideal de câmbio para as empresas exportadoras e que importam insumos (43% do universo pesquisado). A maior parte defende um dólar cotado acima de R$ 2,86. Das empresas que precisam de insumos importados e não exportam (19% dos entrevistados), metade defende um câmbio abaixo de 2,70.
Para os empresários pesquisados, além da taxa de câmbio, burocracia e infra-estrutura são entraves às exportações. 38% das pequenas e médias empresas a apontaram como entrave às exportações. Outros 32% disseram que a burocracia tributária também é um obstáculo. Já para as grandes empresas o principal entrave é o custo dos fretes internacionais. Dos entrevistados, 43% responderam que esse é o principal problema, seguido pelos custos portuários e burocracia alfandegária. A infra-estrutura também foi apontada como um fator prejudicial para o escoamento das exportações.
A sondagem foi realizada entre os dias 28 de março e 18 de abril com 1.419 empresas da indústria de transformação (1.213 pequenas e médias e 206 grandes).