Valorização do real segue rumo global

A forte valorização do real brasileiro nas últimas semanas explica-se, em boa parte, pela tendência global de desvalorização do dólar em relação a diversas moedas. O euro, que valia US$ 1,21 na média de janeiro de 2006, era cotado no fim da tarde de segunda-feira a US$ 1,42. A libra esterlina, que valia US$ 1,72 no início de 2006, já está em US$ 2,04. O dólar canadense, no mesmo período, saiu de US$ 0,86 para US$ 1,007. A moeda brasileira, finalmente, valorizou-se de US$ 2,34 para US$ 1,81.

Ilan Goldfajn, sócio da Ciano Investimentos, e ex-diretor do Banco Central (BC), explica que dois dos principais fatores que puxam o dólar para baixo são a expectativa de redução relativamente maior dos juros americanos, por um lado, e a perspectiva de desaceleração ou mesmo recessão nos Estados Unidos. Os fluxos de capital, que levam à valorização de uma moeda, são canalizados para os investimentos em renda fixa, dependentes de juros, ou para as participações em empresas, dependentes dos lucros, e, portanto, do crescimento da economia.

"O terceiro determinante", acrescenta Goldfajn, "é a necessidade do déficit em conta corrente americano diminuir". De fato, há muitos anos os economistas preocupam-se com a sustentabilidade do gigantesco déficit externo americano, de cerca de US$ 800 bilhões em 12 meses, ou 6% do Produto Interno Bruto (PIB).

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