Rio – O câmbio baixo prejudica o crescimento da economia na avaliação de entidades como o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) e a Associação de Exportadores do Brasil (AEB). A análise contrasta com o cenário traçado esta semana pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para quem a taxa atual não está afetando a economia. Na visão das duas entidades, o câmbio enfraquece exportações, desestimula investimentos em aumento da capacidade e, junto com as importações, traz risco ao emprego.
?O câmbio afeta porque retira dinamismo ao crescimento do PIB. No ano passado, as exportações geraram contribuição negativa de 1,4 ponto porcentual à expansão da economia e este ano a contribuição deverá chegar a -2,2 pontos?, disse o diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Edgard Pereira.
Anteontem, Mantega disse que o câmbio não afeta a economia e que setores de manufatura estão conseguindo compensar perdas geradas pela queda da receita das exportações.
O vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, argumenta que o câmbio segura o crescimento da economia porque desestimula novos investimentos. ?O Brasil está abdicando do mercado externo para produtos manufaturados. As empresas deixam de investir, crescer e contratar mais?, afirma Castro.
?No mundo globalizado, quem fica de fora do mercado externo se limita ao crescimento para dentro do País, o que é ruim?, diz ele, lembrando o fato de que o próprio governo vinha falando na criação de uma ?cultura exportadora?.