Apesar de reconhecerem as dificuldades das empresas brasileiras em exportar com a desvalorização cambial, economistas – e os próprios empresários – apontam que a queda da inflação e, consequentemente, dos juros é a principal vantagem da aproximação entre dólar e real.

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“É uma troca: inflação e juros menores por menor fôlego para o setor exportador”, diz Adriana Dupita, economista do Santander.

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Adriana lamenta, contudo, que parte da recuperação da economia esperada para o quarto trimestre e para o início de 2017 possa não ocorrer em razão do ritmo menor da produção voltada ao mercado externo. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2017 pode ficar em 1,5%, pois os 2% esperados “ficarão inviáveis sem o setor industrial”, diz.

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Ajuda

Na opinião de José Ricardo Roriz Coelho, da Fiesp, é preciso acelerar as medidas que podem melhorar a competitividade do produto nacional. “O custo de produzir no Brasil é, em média, 32% mais caro do que nos países com os quais competimos.” O câmbio, em sua avaliação, é apenas uma parte desses custos.

“A indústria nacional está totalmente desprotegida”, avalia o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Recentemente, a entidade encaminhou ao governo federal pedido para que a alíquota do Reintegra, programa que devolve ao exportador parte de seus custos, volte a 5%. Desde setembro do ano passado, a alíquota está em 0,1% e deve ir a 2% em 2017. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.