Estoques baixos e maior demanda estão valorizando os preços das commodities no mercado externo este ano. Esse cenário está refletindo internamente na comercialização da safra 06/07, que está finalizando com expectativas de preços melhores no mercado. No Paraná, as cotações da soja e do trigo estão maiores do que no ano passado, o que deve beneficiar os agricultores.
Em um ano, a cotação da soja valorizou 49% e do trigo, 68%, no mercado externo. A soja passou de US$ 205 a tonelada, em agosto do ano passado, para US$ 305 a tonelada no início deste mês de agosto, uma elevação de US$ 100 por tonelada. No mercado interno, a reação nos preços da soja foi menor, da ordem de 18% no período. Os preços médios da soja passaram de R$ 24,58 a saca em julho do ano passado, para R$ 29,07 a saca no início deste mês.
A valorização no mercado interno foi menor por causa do câmbio. ?No momento da conversão o dólar está valendo menos?, explicou o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Otmar Hubner.
O aumento no preço da soja nos mercados externo e interno está ocorrendo em função da queda nos estoques mundiais do grão e aumento da demanda mundial por conta dos biocombustíveis. Os estoques previstos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) devem cair de 64,17 milhões de toneladas na safra passada para 51,86 milhões de toneladas este ano.
A produção da safra norte-americana 07/08 também será menor. O volume esperado é de 71,44 milhões de toneladas, o menor desde a safra 2003/2004. Enquanto isso, o Paraná acaba de colher uma safra recorde de soja, da ordem de 11,8 milhões de toneladas, com uma produtividade de 2.990 quilos por hectare, a terceira melhor desde 2001.
Com isso, espera-se que o produtor paranaense consiga vender bem sua produção. O Deral estima que 73% da safra de soja 06/07 já foi vendida e que o produtor está conseguindo fazer um bom preço médio, em torno de R$ 28,00 a saca, ao longo do ano. De acordo com o Deral, essa cotação remunera o custo total de produção (incluindo a remuneração da terra) que foi de R$ 27,50 a saca nessa safra.