economia

Valorização cambial reduz em 1,2% exportações de sapatos em janeiro

A valorização cambial nos últimos meses de 2017 fez com que as exportações de calçados brasileiros recuassem 1,2% em janeiro tanto em receita quanto em número de pares comparativamente a idêntico mês no passado. Os dados constam de balanço feito pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e divulgado nesta terça-feira, 13. Pelo relatório, foram embarcados 11,2 milhões de pares de sapatos no mês passado, perfazendo uma receita de US$ 80,4 milhões. Em janeiro do ano passado foram exportados 11,3 milhões de pares, resultando em um ingresso de US$ 81,3 milhões.

O presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, diz que a queda não é surpreendente, mas lamenta a diminuição no volume dos negócios com o mercado externo. “Tivemos uma valorização muito relevante do real ante o dólar nos últimos meses de 2017, o que tornou o nosso produto menos competitivo no exterior”, avalia. De acordo com o executivo, o dólar americano na faixa de R$ 3,20, como chegou a ser registrado nos últimos meses do ano passado, prejudica, em muito, a competitividade, especialmente em mercados mais sensíveis ao preço, como os Estados Unidos.

“Os norte-americanos, historicamente os principais consumidores de calçados brasileiros no exterior, diminuíram suas compras em função do valor médio do nosso produto.” No primeiro mês do ano foram embarcados para os Estados Unidos 919,4 mil pares que geraram US$ 11,93 milhões, quedas de 29,3% e 25,4%, respectivamente, no comparativo com janeiro de 2017. O câmbio, para um país com alto custo de produção como o Brasil, afirma o executivo, acaba sendo um compensador para concorrer em pé de igualdade no exterior. “Então qualquer oscilação acaba sendo fundamental e tem reflexo imediato nas vendas”, acrescenta.

A notícia positiva do primeiro mês de 2018 foi a França, que ultrapassou a Argentina como segundo destino internacional do calçado brasileiro. No mês passado os franceses importaram 1,85 milhão de pares por US$ 11,51 milhões, altas de 27,3% e de 27,6%, respectivamente, em relação ao mês um de 2017.

Já a Argentina, historicamente o segundo maior mercado além-fronteiras, encolheu suas compras. “Em janeiro, os hermanos importaram 340,26 mil pares que geraram US$ 5,72 milhões, quedas de 16,8% em volume e de 17,5% em receita em relação a janeiro de 2017. Na Argentina, além da questão cambial, temos uma queda na demanda interna, o que também refletiu nos números”, avalia Klein.

Importações

Se, por um lado, houve queda nas exportações de calçados, a curva inversa foi registrada nas importações. Favorecidas pela desvalorização do dólar sobre a moeda brasileira, o que torna o produto estrangeiro mais barato no mercado interno, as importações cresceram 11,8% para US$ 40 milhões. Foram importados 2,9 milhões de pares de sapatos vindos do exterior, volume 12,3% acima do verificado em janeiro de 2017.

De acordo com a Abicalçados, as principais origens foram os países asiáticos. O Vietnã embarcou 1,35 milhão de pares para o Brasil, pelos quais foram pagos US$ 24 milhões, aumentos de 15,2% e 11,1%, respectivamente. A Indonésia, com 401 mil pares e US$ 6,8 milhões, conferiu altas de 8,4% e 12%. Da China desembarcaram no Brasil 882,47 mil pares de sapatos a US$ 3,5 milhões, incremento de 35,1% em volume e queda de 14,7% em dólares na relação com mesmo mês de 2017.

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