A moeda brasileira foi a campeã de valorização entre sete países da América Latina e da zona do euro (13 países que compartilham a moeda). Desde o início do governo Lula, em 2003, até sexta-feira passada (dia 12), o real acumulou ganho de 97,24% ante o dólar, mais que o dobro do peso chileno e do peso colombiano, que avançaram 45,99% no mesmo período, conforme levantamento feito pela empresa de informações financeiras Economática. Para atingir valorização de 100%, a moeda nacional precisa chegar à cotação de R$ 1,766 por US$ 1. Na semana passada estava em R$ 1,806

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Segundo a Economática, entre os países analisados, apenas dois tiveram desvalorização de suas moedas ante o dólar americano. O maior recuo foi verificado na moeda do país de Hugo Chaves: o bolívar venezuelano perdeu 34,73% de seu valor ante a moeda do país de George W. Bush. Outra moeda que apresentou desvalorização no período foi o peso mexicano, de 4,76%. Na Argentina, a moeda praticamente ficou estável, com pequena valorização de 6,61% desde 2003.

Para economistas, o resultado do levantamento pode ser explicado em parte, pelo excesso de liquidez, devido ao robusto crescimento mundial. No Brasil, essa justificativa é acrescentada a uma série de outros fatores, como a elevada taxa básica de juros (Selic) no período. Apesar de estar em 11,25% ao ano, a Selic começou 2003 na casa de 26,5% ao ano, caiu para 16 5% ao ano e depois voltou a subir. Só a partir de setembro de 2005 o Banco Central retomou o ciclo de queda dos juros, mas em ritmo bastante lento.

As taxas acima dos patamares internacionais aliadas a excesso de dinheiro no mundo atraíram o olhar do investidor estrangeiro e o fluxo de recursos aumentou no País, pressionando a moeda nacional, explica o responsável pela área de relação com investidores da corretora Concórdia, Marcos Forgione. Nesse cenário, diz ele, a queda do risco país teve papel importante, já que deu mais segurança ao investidor.

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