Depois de muita briga, a Vale concluiu a negociação para reajuste do preço do minério de ferro com todos os clientes, dentro e fora do Brasil. Mesmo as grandes siderúrgicas da Europa e da China, que acusaram a mineradora de abuso de poder econômico, aceitaram o aumento de cerca de 100% para todo minério comprado por elas desde o primeiro dia de abril. E, a partir de agora, esses preços serão revisados a cada três meses.
“O primeiro realinhamento, em 1.º de julho, já será automático”, afirma José Carlos Martins, diretor executivo da Vale. As revisões trimestrais serão definidas pela média dos preços dos três meses anteriores, no mercado à vista. Mas a mineradora e seus clientes acertaram a criação de uma banda de flutuação de 5% para o preço. Se, ao final dos três meses, a cotação do minério subir ou diminuir dentro dessa banda, o preço não muda.
Segundo fontes do mercado, a Vale estaria cobrando de US$ 110 a US$ 115 por tonelada de minério de ferro, enquanto o preço no mercado à vista está na casa dos US$ 180. A próxima média, portanto, tende a ser maior. Martins não confirma os preços cobrados pela Vale, mas admite que eles poderão subir. “Vai depender da média até lá, mas os valores do mercado à vista estão sinalizando uma tendência de alta. Quando a cotação no mercado à vista baixar, nossos preços baixam junto.”