A Vale foi capaz de reduzir sua dívida líquida praticamente pela metade ao fim do terceiro trimestre deste ano. Ao fim de setembro, o endividamento líquido da maior fabricante de minério de ferro do mundo caiu 50% em um ano, para US$ 5,321 bilhões. Em relação ao período imediatamente anterior, o recuo foi de 45%.
Ajudou na redução da dívida a geração de caixa, de US$ 3 bilhões no período, além da recompra de bonds emitidos no exterior.
A dívida líquida da mineradora, assim, está bem abaixo daquela colocada no passado como uma meta, em US$ 10 bilhões. Ao fim de setembro, a alavancagem da Vale estava em 0,5 vez, ante 0,9 vez no trimestre imediatamente anterior. No fim do terceiro trimestre do ano passado, estava em 0,7 vez.
O caixa da Vale também estava maior ao fim do terceiro trimestre do ano, com US$ 9,465 bilhões, crescimento de 55% em relação ao observado um ano antes. Ante o trimestre imediatamente anterior, o aumento foi de 56%.
A Vale informou também que o prazo médio da dívida reduziu para 8,04 anos no fim do trimestre, ante 8,37 anos no fim de junho. Em relação à composição da dívida, 72% é em dólar, informa a companhia. Do total, 70% dos vencimentos são depois de 2023.
Resultado financeiro
Diante da variação cambial no período, a perda financeira da Vale no terceiro trimestre do ano foi de US$ 1,139 bilhão, quase 10% a menos do visto no terceiro trimestre do ano passado. No segundo trimestre deste ano, a perda financeira tinha sido de US$ 728 milhões.
Investimentos
Os investimentos da Vale no terceiro trimestre do ano somaram US$ 891 milhões, crescimento de 28% ante o visto no mesmo período do ano anterior. Ante o segundo trimestre do ano, o aumento dos desembolsos foi de 22%.
Do total investido, US$ 135 milhões foram em execução de projetos e US$ 756 milhões na manutenção das operações.
A Vale informou que segue investindo em gestão e segurança de suas barragens. Essa informação agora tem destaque no demonstrativo da companhia, desde a tragédia Brumadinho. No trimestre analisado, a Vale frisou que avançou com a descaracterização de projetos para 9 barragens a montante.
“Espera-se que os projetos de descaracterização demandem investimentos de US$ 25 milhões em 2019, dos quais US$ 5 milhões serão destinados à primeira barragem a ser completamente descaracterizada, com avanço físico do projeto em 74,7% em setembro de 2019”, destaca a Vale no documento.