Vale deve reduzir direito de voto que possui na MRS

Rio (AE) – O presidente da Companhia Vale do Rio Doce (CRVD), Roger Agnelli, confirmou ontem que a empresa deve optar pela ?esterilização? das suas ações na MRS Logística. A opção consiste na manutenção da participação acionária da CVRD na MRS, porém sem o direito de voto e de veto.

A alternativa foi dada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Segundo a ANTT, a Vale poderia optar por vender num prazo de 120 dias os 18,32% de ações ordinárias (com direito a voto) da MRS Logística, que adquiriu por meio da aquisição da Ferteco Mineração.

O edital de concessão da MRS prevê que nenhum acionista da empresa pode ter mais de 20% do capital votante. A Vale, porém, possui quase 36% das ações ON da ferrovia, incluindo 17,61% que herdou indiretamente com a compra da Caemi, em 2003. A segunda opção dada pela ANTT foi justamente a manutenção das ações, sem ultrapassar a cota de 20% de participação no capital votante, e a ?esterilização? das ações que excedem esse limite, de modo que deixem de ter os direitos típicos de um papel ON. A Vale tem 30 dias para divulgar sua posição, mas segundo Agnelli é praticamente certo que a empresa não deverá recorrer da decisão da ANTT.

?Foi uma resolução bastante madura da ANTT e que está completamente em linha com o que já estava sendo negociado?, afirmou Agnelli, em evento na Fundação Vale do Rio Doce. Ele afirmou ainda que não vê motivos para ter mais direito a voto e veto do que possuirá com a resolução. ?A Vale responde por 80% do faturamento da MRS e quer mais é que a empresa continue operando de maneira eficiente?, disse.

Preços

Agnelli admitiu a possibilidade de a empresa vir a negociar seu minério de ferro no mercado spot, caso não haja consenso nas negociações com clientes internacionais sobre o reajuste do produto para contratos de longo prazo. ?Nossa opção é a venda em contratos de longo prazo porque eles nos dão garantia de saúde financeira para que continuemos investindo em nossos projetos. Mas, se algum cliente não quiser estabelecer este contrato, como estamos propondo, vamos optar pelo spot?, disse.

Agnelli lembrou que a Vale ?nunca atuou no mercado spot, mas o fato é que este mercado hoje existe e está com preços bastante superiores?, disse. Ele lembrou que isso é reflexo direto de uma demanda aquecida e de uma elevação de custos em razão de as mineradoras estarem operando no seu limite de capacidade e estarem planejando investimentos.

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