A Vale confia num processo de diálogo nas discussões em torno do novo Código Mineral no Congresso Nacional. Para Rafael Banke, diretor de Assuntos Corporativos da Vale, o Congresso “vai chegar a uma solução que preserve a competitividade brasileira e satisfaça os interesses mais genéricos” do País, mas, se houver aumento nos royalties, será ruim para o setor.
“O royalty passa a ser mais uma pedra na mochila que o setor carrega. Estamos três vezes mais longe dos mercados do que nossos concorrentes”, afirmou nesta sexta-feira, 11, Benke, no seminário “A agenda estratégica do Brasil”, promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), no Rio, ao responder pergunta sobre o Código de Mineração.
Em sua palestra, o executivo destacou que o principal concorrente do Brasil no setor, a Austrália, está mais próxima dos principais mercados consumidores, na Ásia. Na saída do evento, Benke comentou que o processo de discussão no Congresso ainda está em curso e é prematuro prever o desfecho.
Na palestra, o executivo destacou que o Brasil tem a maior carga tributária do mundo sobre a mineração, quando contabilizados todos os tributos (e não apenas os royalties, que se pretende aumentar na mudança do Código de Mineração), e que isso tem consequências na competitividade internacional da mineração brasileira.
Por isso, os investimentos da Vale em logística são fundamentais. Nesse sentido, ao comentar o desenvolvimento dos meganavios com capacidade de 400 mil toneladas de minério de ferro, Benke reforçou a aposta de que as autoridades chinesas deverão rever as restrições à atracação direta nos portos do país. Há conversas em curso com “autoridades do setor de transportes” na China, mas o executivo não quis, no entanto, prever um tempo necessário para a conclusão desse tema.