A Vale anunciou ontem que fechou um acordo para comprar, por US$ 3,8 bilhões, parte dos negócios em fertilizantes da Bunge no Brasil, empresa que tem negócios no Paraná.

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O negócio inclui 42,3% do controle da Fosfertil (que produz amônia e ureia em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba), duas minas de fosfato e quatro fábricas de processamento de fosfatados no país. A transação não envolve negócios de varejo ou distribuição de fertilizantes. O pagamento será feito em dinheiro.

Segundo o comunicado, a Vale vai adquirir 100% das ações da Bunge Participações e Investimentos S.A. (BPI), empresa com ativos e participações em empresas de fertilizantes no Brasil. A aquisição, segundo a Vale, é parte de sua estratégia para se tornar líder global na indústria de fertilizantes.

Dos US$ 3,8 bilhões, US$ 1,65 bilhão será destinado à compra dos ativos de rocha fosfática e fosfatados da BPI e US$ 2,15 bilhões serão para as ações da BPI na Fosfertil.

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A BPI possui duas minas de rocha fosfática – uma em Araxá (MG) e outra em Cajati (SP) -, quatro plantas de processamento de fosfatados – Araxá (MG), Cajati (SP), Cubatão (SP) e Guará (SP) – e participação direta e indireta de 42,3% no capital total da Fosfertil.

No Paraná, a empresa possui quatro unidades misturadoras de fertilizantes, em Cambé, Cascavel, Paranaguá e Ponta Grossa, além de um centro de distribuição, em Paranaguá, que não deve entrar no negócio.

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Aprovação

De acordo com a Vale, o negócio ainda precisa ser aprovado por órgãos do governo. Após a sua conclusão, a empresa vai fazer uma oferta pública obrigatória para adquirir as ações ordinárias em poder dos minoritários da Fosfertil.

Segundo o comunicado da empresa, “o desenvolvimento dos projetos e a aquisição do portfólio de ativos de fertilizantes permitirão que a Vale se torne um dos principais produtores de fertilizantes do mundo nos próximos sete anos”.

Prioridade

Segundo a Bunge, sua capacidade anual de produção de rocha fosfática e sua participação na Fosfertil correspondem a aproximadamente 3 milhões de toneladas.

Com a operação, a Bunge deixa a área de produção de fertilizantes no Brasil e vai se concentrar na distribuição e comercialização. Ao mesmo tempo, a empresa vai fechar um acordo acordo de suprimento do fosfato com a Vale até 2012, com opção de prorrogação por mais um ano.

Ainda assim, o Brasil será prioridade para os futuros investimentos da gigante mundial do agribusiness Bunge, de acordo com o presidente mundial da empresa, Alberto Weisser.

Em entrevista à Agência Estado, Weisser afirma que a empresa continuará a investir cerca de US$ 400 milhões por ano no país e que cerca de 60% deste montante irá para o setor de açúcar e etanol. Ele disse que o setor de mineração era o único que “não era parte natural do negócio”.