A mineradora Vale comprou uma área de 3 mil hectares para a construção do Porto do Espadarte, em Curuçá (PA). O projeto encurtaria em 400 km a distância entre as minas de Carajás e os navios de exportação – hoje, o escoamento da Vale é feito principalmente por Itaqui (MA).
Ao arrematar por apenas R$ 10 milhões a área que pertencia à RDP Empreendimentos, do holandês Hendrik van Scherpenzeel, a Vale desbancou concorrentes como o empresário Eike Batista e multinacionais chinesas e americanas.
Tanto interesse tem razão de ser: além de estar próxima a grandes concentrações de minério, estudos sobre a região mostram que ela seria ideal para receber navios com capacidade para carregar até 500 mil toneladas, que exigem um calado (profundidade) maior na área de atracagem. Apesar da vantagem competitiva, o empreendimento enfrenta a resistência de entidades ambientais e sociais – o Ministério Público Federal já abriu investigação para apurar os impactos do projeto.
De acordo com Mauro Neves, diretor de planejamento da Vale, o Porto do Espadarte ainda não pode ser considerado um projeto da empresa – por enquanto, diz o executivo, trata-se de uma “oportunidade estratégica” em estudo. O período de projetos preliminares de engenharia e de viabilidade ambiental deve durar pelo menos um ano. Passada essa fase, segundo Neves, é pouco provável que a construção seja iniciada antes de 2015.