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Foto: Agência Brasil

Marcos Noronha: nova estrutura vai agilizar fiscalização.

Brasília – Um poderoso sistema de troca de informações entre dados previdenciários e tributários será a arma da Secretaria da Receita Federal do Brasil contra sonegadores de impostos. A partir da próxima quarta-feira (2), o novo órgão, que ficou conhecido como Super-Receita, passa a funcionar. A nova estrutura, prevista na Lei 11.457/07, incorporou a Secretaria Previdenciária à Receita Federal.

 As bases de dados continuarão separadas, com a Dataprev (empresa ligada ao Ministério da Previdência) administrando a arrecadação previdenciária e o Serpro (ligado à Fazenda), a de impostos. Mas os técnicos envolvidos no processo de transição construíram um ?túnel? que permite o acesso, a partir da rede da Receita Federal, às informações previdenciárias dos contribuintes.

?Acabou o sigilo fiscal entre as duas estruturas?, afirmou o coordenador da transição para a Receita Federal do Brasil, o auditor fiscal Marcos Noronha. ?Essa visão integral que a administração tributária vai ter permitirá verificar se as informações que foram prestadas com relação às contribuições previdenciárias são as mesmas prestadas para a Receita. O risco para aquele que evade será maior?.

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Com isso, o governo espera ampliar o volume de arrecadação só pelo receio que as empresas terão de serem pegas pelo Fisco. ?Não há dúvida de que há uma potencialidade de incremento da arrecadação, inclusive pelo cumprimento espontâneo das obrigações, pelo fato de que o risco aumentou?, disse Noronha.

Para o auditor, o aumento em 10% verificado na arrecadação previdenciária durante os três meses de vigência da Medida Provisória 258, quando houve a primeira experiência de fusão das duas secretarias, é uma demonstração do potencial de crescimento.

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?Não existia, naquele momento, nenhum identificador claro da razão do incremento dessa arrecadação. O que a gente entende que aconteceu foi isso, a expectativa de que a fiscalização aumentou?, avalia. Ele compara essa situação ?ao guarda de trânsito parado perto do semáforo. A simples presença inibe e ninguém avança o sinal?.

Jorge Rachid, que acumula atualmente os cargos de secretário da Receita Federal e da Receita Previdenciária, deve ser confirmado como secretário da Receita Federal do Brasil. Para ele, o mérito da fusão é que a maior arrecadação, em conseqüência da melhoria na fiscalização, evitará a necessidade de aumentar a carga tributária.

Ele também concorda que só o efeito ?psicológico? provocado pela integração das duas secretarias contribuiu para o aumento da arrecadação no ano passado.

?Mesmo com expectativa de redução de R$ 6 bilhões previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), fora os R$ 23 bilhões de renúncia nos últimos dois anos, estamos tendo este aumento de arrecadação, como houve em torno das receitas previdenciárias. Tudo isso sem aumentar impostos, sem mexer na base de cálculo?, disse Rachid.