Vagas temporárias alavancam comércio

A contratação de mão-de-obra temporária ajudou o comércio do Paraná a alavancar as vendas no mês de agosto. O resultado foi o crescimento de 6,84% no volume de vendas, na comparação com igual mês do ano passado. O índice foi um dos mais altos observados no estado nos últimos meses – em junho, o crescimento havia sido de apenas 0,86%, enquanto em julho houve queda de 2,20%. O índice ficou acima, inclusive, da média brasileira, de 6,27%. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  

Conforme o levantamento, o setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo foi o que obteve o melhor desempenho: crescimento de 11,63%, acima da média nacional de 7,48%. ?Este setor reflete de imediato a melhoria do nível de renda da população?, observou o assessor econômico da Federação do Comércio no Paraná (Fecomércio-PR), Vamberto Santana. Em outras palavras, o crescimento da renda pode ter levado as pessoas a elevarem o padrão de consumo.

Para o economista, o incremento das vendas já era aguardado para o mês de agosto – primeiro, em função do Dia dos Pais, que tradicionalmente movimenta o comércio; e segundo, devido ao período eleitoral, que gera empregos temporários em diversos segmentos, desde para motoristas como para aqueles que trabalham na campanha, acenando com bandeiras e faixas dos candidatos nos cruzamentos das ruas. ?Essas atividades geram um acréscimo na renda. Se não fossem as eleições, não haveria esse adicional na economia?, analisou o economista.

Outras variáveis que também ajudaram a alavancar as vendas do comércio – não só no Paraná, como em nível nacional – foram a inflação sob controle e a política do governo, com a queda da taxa básica de juros (Selic) para 14,25%.

?Além disso, já temos no Paraná os primeiros indícios do esgotamento da crise no campo?, observou Santana, referindo-se à estiagem que castigou a lavoura e comprometeu a renda do produtor rural, especialmente no interior, e à febre aftosa, que derrubou o preço da arroba do boi e prejudicou toda a cadeia produtiva. Para os próximos meses, a aposta é que as vendas do comércio no Paraná continuem crescendo. ?O crescimento deve se manter até o final do ano, porém, talvez em percentuais menores?, apontou. A continuidade do período eleitoral – com a realização do segundo turno -, e a contratação de temporários por grande parte da indústria nos meses de agosto e setembro devem garantir as boas vendas. Além disso, a partir de outubro o comércio inicia a contratação de temporários para as vendas do Natal.

Setores

Além de supermercados e hipermercados, outros setores que registraram aumento nas vendas em agosto no Paraná foram móveis e eletrodomésticos (crescimento de 10,09%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (6,66%), equipamentos e materiais para escritório, informática (56,96%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (21,94%) e tecidos, vestuário e calçados (1,98%).

Na outra ponta, o setor de combustíveis e lubrificantes registrou queda de 13,22% em agosto. Também o setor de livros, jornais, revistas e papelaria registrou recuo, de 0,82%. Na comparação com o mês de julho, as vendas do comércio cresceram 2,32% no país e 1,63% no Paraná.

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