Vacinação contra a febre aftosa é reforçada

A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento está mobilizada, desde o último dia 28, para reforçar a campanha estadual de vacinação contra febre aftosa, realizada oficialmente entre os dias 1.º e 20 de maio. ?A preocupação é não descuidar da vacinação de todos os animais no Estado, uma vez que o vírus da doença está recorrente nas regiões produtoras de carne bovina da América do Sul?, disse o secretário da Agricultura, Newton Pohl Ribas.

A mobilização da Secretaria para a campanha contra a febre aftosa foi o tema de apresentação da Escola de Governo, ontem. Ribas destacou que o Paraná está em ?estado de alerta? diante da proximidade de mais um foco da febre aftosa ter sido encontrado no município de Japorã, Mato Grosso do Sul, distante há apenas 25 quilômetros da divisa com o Paraná. Segundo ele, o Paraná mantém o fechamento da fronteira com o Mato Grosso do Sul e todos os veículos procedentes da região passam por esterilização especial para destruir o vírus.

Ribas chamou a atenção dos agricultores para vacinar seus rebanhos, porque, segundo ele, o vírus da febre aftosa está recorrente na região. ?Uma hora ele aparece na Argentina, depois no Mato Grosso do Sul, Norte do Brasil, volta para o Sul do continente e assim por diante?. Segundo ele, a secretaria quer vacinar 100% do rebanho paranaense que conta, atualmente, com 10,2 milhões de cabeças de gado bovino e bubalino, distribuídos em 222 mil rebanhos. O Estado é o sétimo produtor de carne bovina.

Rebanhos

Por causa da doença, 45 países deixaram de comprar carne dos estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Para manter a sanidade dos rebanhos, a Secretaria da Agricultura paranaense mobilizou seus 22 núcleos regionais, 35 conselhos regionais de sanidade agropecuária e mais 162 conselhos municipais, além da parceria com sindicatos rurais, cooperativas, associações de produtores. Os representantes dessas entidades farão reuniões e seminários em cada uma das localidades para conscientizar os criadores a vacinarem seus animais e qualquer descuido nessa área pode ser fatal.

Para Ribas, especialmente nesta campanha que pega o criador paranaense ?traumatizado? pela decretação da febre aftosa no Paraná, não há como deixar de vacinar ou descuidar da saúde do rebanho. O secretário lembrou que, recentemente, o Ministério da Agricultura decretou a existência da doença em sete propriedades do Paraná, que levou à morte quase sete mil animais no Estado.

Equívoco

O governador Roberto Requião lamentou a situação que, para ele, ?foi resultado de um equívoco do Ministério da Agricultura?. Requião lembrou que, no ano passado, o Paraná promoveu o maior bloqueio vacinal contra a febre aftosa no Estado, contanto, para isso, com reforço na estrutura de fiscalização. O Estado contratou mais cem técnicos entre médicos veterinários e técnicos agrícolas e colocou à disposição cem veículos para o serviço de fiscalização da Secretaria da Agricultura.

?O Ministério da Agricultura praticou o exercício do silogismo. Ou seja, foram encontrados focos da febre aftosa no Mato Grosso do Sul e, como alguns animais daquela região vieram para o Paraná, então, automaticamente, os rebanhos do Paraná que entraram em contato com aquele gado também contraíram a doença?, destacou. ?Por causa dessa visão caolha, os animais de sete rebanhos paranaenses tiveram que ser sacrificados?, lamentou.

Barreira

Ribas insistiu na preocupação com a proximidade da divisa do Paraná com Japorã, uma vez que, dos 33 mil animais sacrificados por causa da febre aftosa no Mato Grosso do Sul, 22 mil eram desse município que voltou a registrar novo foco da doença. ?Essa recorrência demonstra que o vírus está circulando mecanicamente em nossa região?, avisou. Segundo ele, o Paraná mantém o fechamento da fronteira com o Mato Grosso do Sul e todos os veículos procedentes da região passam por esterilização especial para destruir o vírus.

O secretário lembrou ainda que a Secretaria da Agricultura vai fazer a vacinação assistida em pequenas propriedades, que costumam ter no máximo cinco cabeças de bovinos. ?São nessas propriedades e também nas comunidades indígenas e de assentamentos que a secretaria quer fazer a vacinação assistida?, afirmou. (AEN)

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